“República de Curitiba” pode estragar planos de Lula e eliminar o PT do cenário político nacional

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Quando o ministro Teori Zavascki, relator no Supremo Tribunal Federal dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, enviou ao juiz Sérgio Moro os procedimentos que têm Lula na alça de mira, o agora lobista-palestrante ficou preocupado com razão. Afinal, desde a decisão de Zavascki, tomada na última segunda-feira (13), a possibilidade de prisão do petista cresceu exponencialmente.

Considerando o ritmo da Lava-Jato exibido até então, Lula deverá ser denunciado criminalmente ao juiz Moro dentro de algumas semanas, por conta do seu suposto envolvimento no Petrolão, esquema de corrupção que durante uma década funcionou deliberadamente na Petrobras. O ex-metalúrgico rechaça a acusação, assim como nega que sabia do esquema criminoso, mas desde agosto de 2005 o UCHO.INFO afirma que o petista endossou o projeto criminoso idealizado por José Janene.

Com a análise dos documentos apreendidos na Operação Alatheia, 24ª fase da Lava-Jato, deflagrada em março, a vulnerabilidade de Lula aumentará de forma considerável. Isso explica a estratégia da defesa do petista de recorrer da decisão do ministro Teori Zavascki de remeter os processos referentes a Lula à primeira instância da Justiça Federal.


Do conjunto de procedimentos judiciais que foi remetido ao juiz Sérgio Moro constam investigações de corrupção e lavagem na compra e reforma do polêmico sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, e de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, além de recebimentos de valores supostamente ilícitos por meio do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos.

Com a devolução das investigações sobre Lula para a 13ª Vara federal de Curitiba, o ex-presidente da República corre o risco iminente de ser alvo de um mandado de prisão cautelar (temporária ou preventiva), até porque ele poderia obstruir os trabalhos da Justiça, mas essa não é a maior das preocupações na órbita do petista-mor.

O calcanhar de Aquiles é uma decisão do Supremo que poderá ser reavaliada em breve pelos ministros da Corte. Em março passado, o STF decidiu que condenados em segundo grau podem ser presos para o imediato cumprimento da pena, sem a necessidade do trânsito em julgado da sentença condenatória.

Resumindo, uma eventual condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro, o que pode acontecer até o início do próximo ano, e a confirmação da sentença em segunda instância ainda em 2018, o petista ficaria de fora da próxima corrida presidencial. Com isso, o PT estaria fadado a desparecer da cena política.