Face lenhosa – Quem pensa que o Maranhão lidera apenas a lista da miséria brasileira engana-se. Outra lista, a dos desmandos e absurdos políticos, também dá à terra do arroz de cuxá o primeiro lugar no País.
Há cinco décadas sob o domínio do clã Sarney, que transformou o estado em espécie de empresa privada, o Maranhão continua refém do destempero administrativo da governadora Roseana Sarney. Filha do presidente do Congresso Nacional, Roseana prometeu entregar 72 hospitais até o fim de 2010, o que ela classificou como o maior plano de saúde pública do Brasil. Como a família que substituiu o totalitarista Vitorino Freire no comando do estado se acostumou às bravatas, não é difícil imaginar que aquela fala messiânica ficou apenas na seara da promessa.
Ao custo de incríveis R$ 6 milhões, Roseana Sarney contratou o publicitário Duda Mendonça, responsável por sua última campanha eleitoral, para cuidar da divulgação dos hospitais e unidades de pronto atendimento que inaugurados em algumas cidades maranhenses. O suado dinheiro do contribuinte saiu do orçamento da secretarias de Comunicação e da Saúde, esta última sob a batuta de Ricardo Murad, cunhado e ex-desafeto de Roseana.
O mais novo absurdo cometido por Roseana Sarney, que recentemente sangrou os cofres do Palácio dos Leões para financiar a escola de samba Beija-Flor, de Nilópolis (RJ), foi contestado pelo líder da oposição na Assembleia Legislativa do estado, deputado Marcelo Tavares (PSB), que classificou o episódio como total desrespeito ao dinheiro público. “Para quem não se lembra, o Duda Mendonça foi o marqueteiro que fez a campanha de Roseana, em 2010. E agora, ele recebe um benefício desses vindo dos cofres públicos. Gostaria de fazer a seguinte pergunta: qual vantagem o povo maranhense recebe com uma iniciativa dessas? Respondo: nenhuma. Os únicos beneficiados são os órgãos de comunicação da empresa da governadora, que estão faturando alto com a divulgação de comerciais institucionais”, declarou Tavares.
De acordo com o blog de John Cutrim, o parlamentar da oposição “questionou, ainda, o alto valor do contrato. Disse que R$ 6 milhões é dinheiro suficiente para construir e equipar quatro novas UPAs, de acordo com o padrão do Ministério da Saúde. No entanto, segundo o deputado, estes recursos, para o padrão do secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, servem para construir apenas uma Unidade de Pronto Atendimento”.
Para mostrar que o governo de Roseana Sarney é tão pífio quanto utópico, não sem antes ser irresponsável, Marcelo Tavares lembrou que no município de Vargem Grande, no interior do Maranhão, professores da rede estadual de ensino não recebem os devidos salários há sete meses.
Roseana Sarney só comete transgressões dessa natureza porque quando algum problema de saúde surge seus financiadores políticos disponibilizam jatinhos luxuosos para que a governadora tome a proa de São Paulo, onde é atendida nos melhores e mais caros hospitais do País.
