Se o Brasil fosse um país sério, Dilma já estaria presa por causa do escândalo de Pasadena

dilma_rousseff_427Desfaçatez oficial – Dilma Rousseff foi a Pernambuco, na segunda-feira (14), levando na frasqueira presidencial doses extras de populismo barato e de mitomania oficial. Foi com esses ingredientes, vestindo um jaleco laranja da Petrobras, que a presidente da República discursou de forma pífia e falou da petroleira nacional, transformada pelo Partido dos Trabalhadores em poço de escândalos de corrupção e de má gestão.

No olho do furacão por causa da aquisição da bilionária, porém obsoleta, refinaria de Pasadena, no Texas, Dilma tenta agora evitar que a roubalheira que se instalou na Petrobras atinja o seu desgoverno e principalmente o seu plano abusado de reeleição. A presidente disse que apurará “com o máximo de rigor” eventuais crimes envolvendo a estatal.

“Não hesitarei em combater o malfeito, a ação criminosa, corrupção ou ilícito de qualquer espécie. Mas também não ouvirei calada a campanha negativa, por proveito político, em ferir a imagem dessa empresa que o povo construiu com suor e lágrimas”, disse Dilma.

A petista pode fazer o discurso embusteiro que quiser, pois não há no País nenhuma campanha objetivando destruir a Petrobras. Aliás, quem se incumbiu dessa tarefa foi o próprio PT, que conseguiu colocar a estatal em situação de extrema dificuldade, a ponto de estar em estudo eventual redução da participação da empresa na partilha do pré-sal. Por lei, a Petrobras tem participação assegurada de 30% em qualquer consórcio para explorar petróleo e gás nas profundezas do oceano.

Os brasileiros não podem aceitar a insinuação de que a proposta de se criar uma CPI para investigar a Petrobras é política. E se de fato é, nada demais existe na proposta apresentada pelos partidos de oposição, que têm a obrigação de defender o patrimônio do povo brasileiro, que na última década foi vítima do jeito bandoleiro de governo do PT.

Com um palavrório esculpido por seus marqueteiros e dirigido à massa ignara que lhe rende votos, Dilma mais uma vez abusou do proselitismo barato e disparou: “Nada, nem ninguém, vai conseguir destruir esta que é a maior empresa brasileira. A de mais sucesso, a que mais orgulha o povo brasileiro. No passado tentaram reduzi-la e privatizá-la. Mas não vamos aceitar isso. A Petrobras é maior que cada um de nós. Ela é do tamanho do Brasil”.

O Brasil ainda é uma democracia, mesmo que teórica, e por isso Dilma Rousseff pode sair por aí falando o que quiser, da mesma forma que os brasileiros não podem se furtar do direito de interpretar as declarações presidenciais da forma mais realista possível. O PT transformou a Petrobras em uma usina de corrupção e não há como negar a realidade, pois contra fatos não há argumentos.

A afirmação de que a Petrobras foi construída com “suor e lágrimas” cabe em qualquer enredo rocambolesco de novela mexicana, mas não convence a massa pensante brasileira, que sabe muito bem o que se passou e ainda passa na estatal, que hoje deve mais de R$ 300 bilhões e nos últimos três anos, sob a batuta de Dilma, perdeu 60% do seu valor de mercado.

No momento em que a Petrobras passou a comercializar ações na Bolsa de Valores, aceitou de chofre as regras do mercado e a legislação respectiva. Por isso, a compra da refinaria de Pasadena e outros negócios inexplicáveis são suficientes para mandar os membros do conselho de administração da empresa para a cadeia. Em qualquer país minimamente sério, respeitador das próprias leis e com autoridades responsáveis, Dilma e seus parceiros no conselho de administração da Petrobras já estariam contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta, não importando o status de cada um.

Como nada disso aconteceu ou acontecerá nessa louca Terra de Macunaíma, Dilma deve erguer as mãos para o céu e agradecer por ainda estar em liberdade. É bom lembrar, que por muito menos executivos de grandes empresas norte-americanas foram presos e algemados em Wall Street.