Sociedade precisa saber do protagonismo do PT no escândalo do mensalão, diz Roberto Freire

Carga pesada – Presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) afirmou, nesta quinta-feira (30), que a sociedade precisa saber da importância do julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e como o PT montou o esquema de desvio de dinheiro público e cooptação de parlamentares por meio de mesadas. Segundo o parlamentar, agora que as primeiras condenações de petistas e parceiros já começaram, os partidos de oposição devem usar as campanhas eleitorais para mostrar o que significa para o país o megaesquema montado pelo governo Lula para comprar, com dinheiro público, parlamentares da base aliada em troca de apoio no Congresso Nacional.

“As oposições não podem ficar caladas. É preciso que a sociedade tome conhecimento da gravidade do mensalão de Lula pelo Supremo. A população precisa ser esclarecida do protagonismo do PT nesse escândalo, que foi o maior da República brasileira”, afirmou. Roberto Freire disse que a condenação dos mensaleiros confirma o que os partidos de oposição já haviam denunciado na época em que se deu o escândalo de corrupção. “As condenações já começaram. Lula não pode mais dizer que era tudo mentira, uma tentativa de golpe das oposições. As pessoas precisam saber o que eles fizeram com as instituições, como o Banco do Brasil e Câmara dos Deputados, para se perpetuar no poder”, afirmou o parlamentar.

Essas declarações foram dadas minutos depois de o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF, proclamar seu voto pela condenação do deputado João Paulo (PT-SP) pelo crime de lavagem de dinheiro. Cunha já havia sido condenado por corrupção passiva e peculato.

Desmoralizado

Freire disse ainda que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, foi desmoralizado pelo presidente do Supremo, Ayres Britto, por sua tentativa de beneficiar, quando deputado federal, as negociatas forjadas pelo operador do mensalão, Marcos Valério, em parceria com Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, para desviar dinheiro público.

Durante o julgamento, Ayres Britto classificou de “desconcertante” e “cômico” o projeto de Cardoso, apresentado em 2009, que liberou os donos de agências de publicidade contratadas pelo governo para usar, “como quisessem”, o chamado bônus de volume, uma espécie de comissão, repassada anualmente, pelos meios de comunicação à agência em decorrência da quantidade de mídia veiculada. “Agora, constatamos que as ideias de Cardoso eram para socorrer a quadrilha do mensalão”, afirmou Roberto Freire.