Já era esperado
Como já era previsto pelo próprio delegado, a Justiça aceitou as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal contra Protógenes Queiroz, que agora é réu por fraude e violação de sigilo durante a Operação Satiagraha. Segundo o MP, Protógenes transmitiu informações sigilosas por duas vezes a jornalistas da TV Globo. Além disso, o delegado teria cometido fraude processual por editar um vídeo gravado durante a investigação, apagando os trechos em que apareciam um produtor e um cinegrafista da emissora. Protógenes prestou depoimento à CPI dos Grampos em abril, quando negou ter havido, além de escutas clandestinas, repasse de informações à imprensa. Os procuradores da denúncia, no entanto, não aceitaram as justificativas, e afirmam que “passar informações sobre uma operação antes do início das diligências da PF é crime”.
Chamado de “delegado do povo” por manifestantes brasilienses insatisfeitos com as “dantices” cometidas pela Justiça – personificada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes -, Protógenes ganhou aprovação popular por ter prendido, entre outros vilões da opinião pública, o doleiro Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o banqueiro oportunista DD, cujo nome a Justiça nos impede de citar. A história, no entanto, encontrará seu porém se ficar provado que o delegado transviou a Operação Satiagraha dos trâmites da Lei, por mais que os fins fossem elogiáveis.