XI Semana da África

Comemoração do Dia da África aproxima os brasileiros de suas origens

(*) Everton Amaro

africa8jb0Nesta semana o Brasil estará mais próximo do continente africano. Para comemorar a semana do dia internacional da África, 25 de maio, diversas cidades brasileiras realizarão eventos, a fim de aproximar os dois povos. Em São Paulo, por exemplo, a tradicional Semana da África começou nesta segunda-feira (25), e várias atividades culturais, recreativas e de reflexão ocorrerão até o dia 31 de maio. Em sua décima primeira edição, o evento de caráter sociocultural tem como finalidade a desconstrução de estereótipos e pré-conceitos. A semana também será marcada pela tradicional entrega do Prêmio Kabengele Munanga, para professores e alunos que apresentarem os melhores trabalhos relacionados à temática africana.

No dia 25 de maio de 1963, muito antes de o dia da África ser oficializado pela Organização das Nações Unidas, líderes africanos se reuniram em Adis Abeba, capital da Etiópia, e criaram a extinta Organização da Unidade Africana. Nove anos depois, dada importância do acontecimento, a ONU institucionalizou a data como o Dia da Libertação da África. Desde então, várias comunidades e organizações africanas espalhadas pelo mundo começaram a comemorar a data.

Para o presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasileira, Adalberto Camargo Júnior, apesar da divulgação do Dia da África ser anêmica, a comemoração ajuda a melhorar relações comerciais e aproxima os povos. “Antigamente, a divulgação de datas comemorativas como a do dia da África só era feita por órgãos oficiais diplomáticos. Hoje em dia, comunidades negras de vários lugares estão ajudando a promover mais o evento, mas não é tão representativo”, afirma o presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasileira. “O aumento do interesse por esse tipo de comemoração se deve também às atividades governamentais entre os países.

Adalberto Camargo Júnior, presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasil
Adalberto Camargo Júnior, presidente da Câmara de Comércio Afro-Brasil
Antigamente, tínhamos pouco menos de doze embaixadas. Hoje, temos quase trinta na África, e a tendência é aumentar. Em contrapartida, visitas de presidentes africanos ao Brasil são pouco divulgadas. O exemplo disso é a pouca importância que deram à vinda do presidente do Senegal”, completou.

Segundo Camargo Júnior, por uma questão de época, autoridades governamentais estão englobando datas comemorativos, como o dia da África, em suas estratégias políticas. “Esse tipo de comemoração fortalece as relações comerciais entre as nações, pois você cria um interesse maior por aquele continente.”, assegurou Camargo Júnior.

Debates sobre a África

Além das apresentações culturais, a XI Semana da África também contará com debates. Na Universidade Estadual Paulista, por exemplo, exposições de arte e palestras com especialistas em cultura africana ocorrerão durante toda a semana. De acordo com Vanderly Salatiel, diretora da Fórum África – ONG que organizou o evento -, é importante que o brasileiro saiba de suas origens. “Para termos orgulho de nossas origens, precisamos primeiro conhecer nossa própria história. As comemorações do dia da África começaram em São Paulo e estão se proliferando por outros estados. Na edição deste ano, palestrantes vindos de países africanos vão ajudar a realçar as relações entre Brasil e África”, explicou Vanderly.

A abertura oficial da XI Semana da África em São Paulo ocorreu nesta segunda-feira (25), às 18h30, na Câmara Municipal, no centro da cidade. Palestras e exposições já estão sendo exibidas na Unesp. Na abertura do evento, a Universidade recebeu, entre outros convidados, a professora Simone Caputo Gomes, que discorreu sobre a música, a pintura e a literatura de Cabo Verde, país que tem o português como língua oficial.

Clique e confira a programação da XI Semana da África do estado de São Paulo