Crise: os números não mentem jamais

Radiografia da marolinha

Como se o Brasil fosse uma mistura de Canaã, a terra lula_62-el-nacionalcom prometida, e Zurique, onde crise financeira existe apenas nos jornais, Luiz Inácio Lula da Silva só tem olhos para os eventos relacionados direta ou indiretamente à corrida presidencial de 2010. O presidente-metalúrgico pode até ignorar as nefastas consequências da crise, mas contra números não há argumentos. Para que não restem dúvidas sobre a falta de competitividade dos produtos brasileiros no exterior, especialmente por conta do câmbio desfavorável, a balança comercial da indústria gráfica nacional apresentou déficit de US$ 12 milhões, entre janeiro e abril deste ano. No período, o setor registrou US$ 80,9 milhões em importações, contra US$ 68,9 milhões em exportações. Mas a crise não afetou apenas o setor gráfico. De acordo com estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria, sete em cada dez empresas exportadoras brasileiras foram afetadas pela crise. Para 84% das empresas que responderam à Sondagem Especial da CNI, a queda da demanda internacional influenciou negativamente as exportações, enquanto que para 7% das indústrias afetadas a escassez e o encarecimento do crédito para as exportações foi o principal problema. Para 6% das empresas, o que motivou a queda das exportações foi a valorização do real frente à moeda norte-americana. Em outras palavras, a crise campeia em todo o planeta, mas Lula, como sempre, não sabe do assunto.