Oito propostas para moralizar o Senado Federal

Mea culpa
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou hoje à tarde com o presidente José Sarney (PMDB-AP) que “todos os senadores” são responsáveis pela crise do Senado ou pelas decisões administrativas que culminaram com a crise na Câmara Alta. Mas advertiu que as decisões podem ter sido aprovadas no plenário no afogadilho, sem o conhecimento dos parlamentares. “Veja a idéia de construir um túnel entre o Senado e o Palácio do Planalto. Foi colocada no Orçamento (do Senado) mas ninguém sabe de quem foi a idéia”.

E nesta quinta-feira, um grupo de oito senadores entregou o documento com as medidas moralizadoras ao presidente da Casa, José Sarney. As sugestões visam a recuperar a imagem do Senado. “A gente espera que uma a duas semanas, no máximo, o presidente já tenha tomado as medidas”, prevê o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). Assinaram também a proposta os senadores Sérgio Guerra (PSDB-CE), Pedro Simon (PMDB-RS), Tião Viana (PT-AC), Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), Renato Casagrande (PSB-ES) e Aloizio Mercadante (PT-SP).

Estas são as propostas “moralizadoras”:
1 – Demissão imediata do atual diretor-geral e toda a diretoria;
2 – Indicação, no prazo de uma semana, de novo diretor-geral cuja nomeação dependerá de referendo do plenário;
3 – Apresentação de proposta de reforma administrativa pelo novo diretor durante a sabatina;
4 – A proposta de reforma administrativa deverá ter metas de redução de pessoal e suspensão de novas contratações;
5 – Eliminação de vantagens acessórias inerentes ao exercício do mandato – as chamadas mordomias -, tais como carro, cotas de telefones, etc.;
6 – Realização de reunião ordinária mensal do plenário para definir pauta de votações para o período seguinte. O objetivo é evitar surpresas com o conteúdo das votações;
7 – Reunião do plenário para votar medidas administrativas propostas pela mesa diretora;
8 – Auditoria externa para todos os contratos firmados pela diretoria do Senado.