Unafisco Sindical condena interferência do governo para demissão de Lina Vieira

Cargo vago –
Em nota distribuída na manhã desta segunda-feira, o Unafisco Sindical, entidade que representa os auditores fiscais federais, ratifica que a motivação da demissão da secretária da Receita Federal, Lina Vieira, em razão de multas aplicadas à Petrobras “é um fato grave”. Para o sindicato, é inadmissível para a sociedade brasileira que o Fisco Federal tenha sua ação condicionada à vontade política dos governantes.
“A DEN (Diretoria Executiva Nacional) ressalta que quem indicou o nome de Lina Vieira para o cargo não foi o Unafisco, mas o secretário Executivo do Ministério da Fazenda”, assegura o texto. O Unafisco também afirma que não houve interferência na indicação da secretária demitida na semana passada. Uma das causas da saída de Lina Vieira seria o aparelhamento sindical de funções importantes do órgão, o que teria esvaziado a capacidade de arrecadação da Receita. “Defendemos uma administração tributária transparente, ética, livre de ingerências políticas e ao lado da sociedade brasileira”, afirma o presidente do Unafisco, Pedro Delarue.
Na nota, o Unafisco aponta que são “ilegítimas interferências políticas na sua missão, que é combater o ilícito fiscal onde quer que ele se encontre, promovendo a justiça fiscal e a correta distribuição da carga tributária através do combate à sonegação”.
O presidente-metalúrgico Lula da Silva teria autorizado a demissão de Lina Viera depois de ficar “decepcionado” com o desempenho da secretária no episódio da Petrobras. Em matéria publicada na edição de hoje, o jornal “Valor Econômico” sustenta que o nome mais forte para o cargo vago é o do secretário-executivo Nelson Machado, que já foi ministro da Previdência e tem boa aceitação do PT. “Responsável pela escolha de Lina, Machado vinha atuando na administração da Receita”, informa o jornal.