Revanchismo racial –
O movimento negro organiza uma campanha nacional que poderá prejudicar os políticos do Democratas nas eleições do próximo ano. A campanha articulada ainda não está concluída, e deverá ter como lema “quem é contra a cota é contra o negro”. A mobilização leva em conta uma ação judicial do partido pedindo o fim do sistema de cotas na Universidade de Brasília (Unb). Se o Supremo Tribunal Federal concluir pela constitucionalidade, as cotas deixam de existir também em outras instituições públicas de ensino superior.
A UnB foi a primeira instituição federal de ensino que adotou o sistema de cotas. Aprovada pela Comissão de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), em 2003, o sistema de cotas de 20% do total das vagas oferecidas pela universidade a candidatos negros (dentre pretos e pardos) começou a vigorar no segundo semestre de 2004. As matrículas da semana passada feitas com base no sistema não foram suspensas, embora a ação tenha sido protocolada no último dia 20. Como o STF está em recesso, caberá ao presidente Gilmar Mendes a análise do caso.
De acordo com informações do site “Consultor Jurídico”, a autora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental é a procuradora do Distrito Federal, Roberta Fragoso Kaufmann, advogada voluntária na causa. Roberta é uma das maiores estudiosas das cotas raciais. A tese de mestrado da procuradora foi orientada por Gilmar Mendes, que agora deverá decidir o futuro do vestibular da UnB. O DEM sustenta que as cotas não são uma solução para as desigualdades no país. “Cotas para negros não resolvem o problema. E ainda podem ter o condão de agravar o problema, na medida em que promovem a ofensa arbitrária ao princípio da igualdade”, defende o partido.