A todo vapor –
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB – AP) ganhou nova representação para adicionar à sua coleção nesta quarta-feira. Presidente do PSOL, a vereadora Heloísa Helena (AL) protocolou a segunda representação do partido contra o senador peemedebista, por quebra de decoro parlamentar. Líder do partido no Senado, José Nery (PA) defende que o mandato do presidente da Casa deve ser cassado.
O documento do PSOL requer a investigação das tortuosas relações financeiras da Fundação José Sarney com a Petrobras, e solicita a apuração dos supostos R$ 500 mil desviados da estatal para a fundação como patrocínio cultural. Não obstante, o partido também coloca em cheque a afirmação de Sarney de que ele “não teria nenhuma responsabilidade administrativa” na fundação. Além disso, são solicitadas pelo PSOL investigações sobre a mansão milionária que não teria sido declarada por Sarney à Justiça Eleitoral.
Os atos secretos só ficaram de fora desta vez porque já constam na primeira representação do PSOL contra Sarney, feita no último mês de junho, que também denuncia o beneficiamento do neto do presidente do Senado em operações de crédito consignado a servidores da Casa.
Em tempo: se há no Senado representante do PSOL, o senador José Nery, fica difícil entender a necessidade da presença da vereadora Heloísa Helena para protocolar a representação. Afinal, supõe-se que Nery tenha autonomia suficiente para tanto.
“Hoje não são mais apenas indícios relevantes de crimes contra a administração pública praticados por Sarney. Pelo contrário. Existem fatos que mostram claramente o tráfico de influência, a intermediação de interesse privado, e exploração de prestígio, que possibilitam a cassação de mandato parlamentar”.
(Da presidente do PSOL, Heloísa Helena)