Oposição consegue evitar dinheiro estranho para a Copa do Mundo

R$ 1,8 bilhão

geraldo_magela_01Finalmente está na Mesa do Congresso Nacional o texto final do Orçamento Geral da União deste ano, aprovado na noite do dia 22 de dezembro de 2009. A redação final foi concluída na segunda-feira (04) pelo deputado Geraldo Magela (PT-DF). Depois de analisado, o relatório será encaminhado para a sanção presidencial. Magela cedeu às pressões do Democratas e cortou investimentos de cerca de R$ 2,4 bilhões previstos nas emendas de relator. Esses recursos, que seriam aplicados em obras para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e em investimentos em cultura e irrigação, foram transferidos para as emendas de bancadas estaduais. Pelos cálculos de Magela, a Copa perderá R$ 1,8 bilhão e a cultura e a irrigação terão menos R$ 600 milhões.

O relator do projeto de lei do Orçamento disse que os recursos das emendas cortadas seriam liberados diretamente aos governos estaduais. Mas, “no afã de atrapalhar a tramitação da matéria”, as oposições, com Caiado à frente, forçaram a retirada dessas emendas para transformá-las em emendas de bancadas estaduais, que nem sempre são liberadas pelo governo federal.

Na verdade não é bem assim. É que muitos recursos previstos na emenda do relator, com a rubrica da Copa do Mundo, não tinham relação com o evento esportivo. Muitas obras seriam realizadas em cidades que nem mesmo constam da relação dos municípios que sediarão os jogos. Foi por isso que o próprio Magela disse ontem que a realização da Copa do Mundo no Brasil “não chega a ficar comprometida” com os cortes. O líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), garantiu que o cumprimento do acordo para a votação do Orçamento não atrasará os investimentos previstos. O deputado disse que Geraldo Magela privilegiou interesses pessoais na elaboração das emendas.