Raposa no galinheiro –
Enrolado com uma série de denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público, o deputado estadual Neodi Carlos Francisco de Oliveira (PSDC) poderá assumir o governo de Rondônia no início de abril. E são duas as hipóteses para que isso aconteça: com a cassação do mandato do governador Ivo Cassol e do seu vice-governador João Cahúla, pelo Tribunal Superior Eleitoral, e com o pedido de licença do governador para concorrer ao Senado Federal em abril. Na última possibilidade, Cahúla poderá também se desincompatibilizar para concorrer a um cargo proporcional.
Em levantamento feito pelo portal “Transparência Brasil”, Neodi é acusado de pelo menos seis crimes – desvio de dinheiro dos cofres da Assembleia Legislativa para pagamento de passagens aéreas em benefício de parlamentares, amigos e familiares; teria recebido mesada do governador Ivo Cassol; acusado de financiar grilagens dentro de reservas extrativistas da região de Ariquemes; acusado pelo governador Ivo Cassol de exigir-lhe o pagamento de R$ 20 mil mensais; de acordo com relatório da Polícia Federal, teria recebido cerca de R$ 101 mil a mais de salários; e teria recebido R$ 344 mil no esquema desvendado pela “Operação Dominó” da Polícia Federal. A Assembléia Legislativa de Rondônia tem 24 deputados e a maioria é acusado de algum crime.
No projeto Excelências, lançado em 2006, o Transparência Brasil lamenta que no Brasil poucas Casas legislativas divulguem a atividade parlamentar de seus integrantes. A que presta melhores informações é a Câmara dos Deputados. “Poucos parlamentos no mundo divulgam tantas informações quanto a Câmara dos Deputados”, sustenta a entidade não governamental.
