Governo faz nova pirotecnia com o FGTS para a Copa de 2014

Novo PAC

copa2014_011Por mais de cinco horas, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço esteve reunido na terça-feira (12). Entre o início da tarde e até o meio da noite, o ministro Márcio Fortes comandava o trabalho do esboço do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade Urbana, o PAC da Copa de 2014, que será divulgado nesta quarta-feira sob forte esquema midiático. Prefeitos das 12 cidades sedes do mundial de futebol e governadores assinam a Matriz de Responsabilidade para a Copa 2014, no Palácio do Itamaraty. É um pacto de cooperação que define quais serão os encargos e os cronogramas de cada ente federativo na realização das obras mobilidade urbana, estádios e entorno dos estádios, entorno de aeroportos e de terminais turísticos portuários para a Copa do Mundo de 2014. Além dos prefeitos e dos governadores, integram o acordo o São Paulo Futebol Clube (SP), Sport Club Internacional (RS) e Atlético Paranaense (PR) – cujos respectivos estádios (privados) abrigarão jogos do Mundial.

Durante a longa reunião o Conselho Curador do FGTS decidiu liberar R$ 8 bilhões do Fundo formado com dinheiro dos trabalhadores para investimentos em obras de infraestrutura da Copa. Quando o Brasil foi anunciado como país-sede da Copa de 2014, o presidente Lula não demorou a afirmar que inúmeros parceiros garantiriam as obras necessárias para a realização do mais cobiçado evento esportivo do planeta. Até então, nenhum desses milagrosos investidores deram o ar da graça. Como se sabe, o Brasil já está atrasado em relação ao planejamento das obras para a Copa, que, segundo especialistas, devem começar com no mínimo seis anos de antecedência. Diante de tal quadro, não causará surpresa se o governo federal, pressionado pela corrida contra o relógio, autorizar a contratação de obras em regime de urgência, o que pela legislação dispensa a exigência de licitação. Algo que ocorreu nas obras dos Jogos Pan-Americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Até hoje, as obras superfaturadas do Pan do Rio continuam com a contabilidade parada no Tribunal de Contas da União, que está debruçado sobre um oceano de escândalos, para não dizer roubalheiras.