Último adeus –
O corpo da médica Zilda Arns Neumann, 75 anos, que morreu vítima do terremoto que reduziu a escombros o Haiti, chega à capital federal às 3h30 desta sexta-feira, na Base Aérea de Brasília. Às 8h será trasladado para Curitiba, onde deve chegar duas horas depois. Do aeroporto Afonso Pena o corpo da fundadora da Pastoral da Criança será levado ao Palácio das Araucárias, sede do governo do Paraná, onde ocorrerá o velório. A missa de corpo presente será sábado (16), às 14h, e será transmitida ao vivo pela TV Paraná Educativa. O enterro, restrito aos familiares, ocorrerá no Cemitério Municipal da Água Verde, na capital paranaense. O governador Roberto Requião, que decretou luto oficial de três dias no Estado, disse que “colocar a sede do Governo do Paraná à disposição da família Arns é uma homenagem do Governo e de todos os paranaenses à mulher que dedicou a vida a salvar vidas”.
A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Vera Lúcia Altoé, fez um apelo para que não sejam enviadas coroas de flores. “Pedimos para as pessoas que pensam em mandar coroas de flores que doem alimentos à Pastoral da Criança. Sabemos que era isso que Zilda iria gostar. No site da instituição, o www.pastoraldacrianca.org.br, os voluntários encontram informações sobre doações”, disse Altoé.
Em 1983, na cidade de Florestópolis, no interior do Paraná, Zilda Arns fundou a Pastoral da Criança. A instituição está presente em 4.016 municípios brasileiros e acompanha 1,6 milhão de crianças e 95 mil gestantes. Com o trabalho reconhecido pela Organização Mundial da Saúde, a Pastoral da Criança atua em 20 países, com mais de 300 mil voluntários.
Filha de Gabriel Arns e Helena Steiner Arns, Zilda nasceu em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Santa Catarina. Irmã de dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo, Dona Zilda, viúva desde 1978, era mãe de cinco filhos. Em 1959 concluiu o curso de Medicina em Curitiba. Começou a vida profissional como médica pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba, onde trabalhou entre 1955 e 1964 atendendo bebês menores de um ano. Foi também diretora-técnica da Associação Filantrópica Sara Lattes e chefe da divisão de Proteção Social do Departamento da Criança da Secretaria de Saúde Pública do Paraná.
