Servidora do Ministério da Saúde acusa senador de lobista do tabaco

Confusão no Senado

Imbróglio dos grandes aconteceu no final da manhã desta quarta-feira (1) na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. Uma assessora do Instituto Nacional do Câncer provocou alvoroço ao chamar o senador Jayme Campos (DEM-MT) de lobista da indústria fumageira. O Inca é um órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.

A confusão surgiu quando o senador mato-grossense pediu vista do Projeto de Lei 420/2005, que altera lei de julho de 1996, que proíbe o uso de produtos de tabacos em bares e restaurantes. Empresário do agronegócio do Mato Grosso, Jayme Campos foi acusado pela assessora, aos gritos, quando fazia uma gentileza ao senador Romero Jucá (PMDB-RR). Como não estava presente, Jucá pediu ao colega que pedisse vista como uma manobra regimental para que o projeto não fosse votado. “Estou fazendo aqui até um gesto de respeito e carinho para com o Senador Romero Jucá”, segundo as notas taquigráficas.

A argumentação não foi suficiente para acalmar a representante do Inca, que foi retirada pela Polícia Legislativa da reunião da comissão por solicitação do próprio senador Jayme Campos. “Não faço lobby para ninguém, sou um sujeito independente, eu não aceito… É um desrespeito”. Tanta confusão serviu para nada, pois a votação do projeto ficou para a próxima terça-feira (9), pois não havia quorum na comissão que garantisse a continuidade do processo.

O parecer da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) é favorável à proposta de alteração feita pelo senador Magno Malta (PR-ES). A emenda mantém a proibição do fumo em “recinto coletivo, privado ou público”, ao invés de adotar o conceito de “ambiente fechado, público e privado”. E define como “recinto coletivo” como o “local coberto e fechado, total ou parcialmente, em dois ou mais lados, de forma permanente ou provisória, onde haja circulação de pessoas”.

Há cerca de dois anos, o senador Jayme Campos também esteve envolvido em uma pequena confusão por conta do cigarro. Um fotógrafo quis registrar o momento em que o senador fumava no cafezinho do Plenário do Senado, quando foi abordado pela segurança da Casa. Como tipifica a lei 9.294/96, fumar em recinto fechado é proibido.