Revolução da informação – Internautas de todo o mundo resolveram assumir as dores do editor do site WikiLeaks e fazer uma corrente em favor da publicação. A operação foi deflagrada assim que as autoridades policiais da Inglaterra anunciaram, na manhã desta quarta (08), a prisão de Julian Assange, acusado de assédio sexual.
Assange não é jornalista diplomado, mas provocou provavelmente a maior ruptura da informação da história recente do jornalismo mundial ao expor documentos secretos de vários governos. A ousadia provocou a ira dos governantes e a cobertura de pautas jornalísticas impensadas até o final da primeira década do século 21.
A notícia mobilizou internautas, inclusive de hackers que atacaram o portal do banco que congelou os fundos para o WikiLeaks. As críticas crescem também porque o site vai deixar de poder realizar pagamentos através dos sistemas Visa Europa e Mastercard, conforme informou o site de notícias português “Público” ao meio dia de hoje (horário de Brasília).
O anúncio aconteceu depois de o fundador da organização, Julian Assange, ter sido detido ao apresentar-se voluntariamente na manhã de hoje na Polícia Metropolitana de Londres.
Em Cuba, a twitteira e blogueira Yone Sánches questionou o sistema mundial de governos após a divulgação dos documentos comprometedores. “Se imaginan las mascaras cayendo? La simulacion terminando? Los oportunistas sin razon para fingir? Seria el fin del actual sistema”. Sánches tornou-se conhecida na rede mundial de computadores depois da tentativa de censura imposta pelo governo do ditador Fidel Castro. Ela possui mais de 88 mil seguidores no microblog.
Outro twitteiro, Luiz Costa, anuncia, com base em informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que “Assange não devia ser apoiado por jornalistas porque “é um anarquista”. O problema é a ideologia?”.
Tanto os cartões de crédito e de débito Visa Europa e Mastercard não mais serão utilizados pela organização, que, para concretizar as operações, pede o envio de donativos na sua página eletrônica. Segundo o “Público”, à estação britânica BBC, a porta-voz da Visa disse que a empresa abrirá uma investigação para determinar se os negócios da WikiLeaks desrespeitam as regras de utilização da empresa para realizar operações bancárias.
Da mesma forma, a Mastercard informou em comunicado “estar a avaliar a hipótese de suspender o uso de cartões Mastercard pela WikiLeaks antes de a situação [a investigação] estar resolvida”.
Nos últimos dias, a WikiLeaks viu várias empresas cancelarem serviços utilizados pela organização. A norte-americana PayPal suspendeu a realização de transferências à WikiLeaks há dias. Uma subsidiária da Amazon comunicou ao site de Julian Assange que teria de procurar outro servidor para alojar os seus dados.