Democratas encurta mandato de Rodrigo Maia e agenda eleição partidária

Raia miúda – No momento em que ameaçou o PSDB com uma intifada e indicou o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) como candidato a vice na chapa do tucano José Serra, o Democratas tentou uma última jogada para não desaparecer como partido político.

Encerrada corrida presidencial e curada as úlceras da derrota, o Democratas quer ressurgir no cenário político nacional com a mesma força do outrora PFL, legenda que o antecedeu.

Para tal, os membros da executiva do DEM, reunidos nesta quarta-feira (8), em Brasília, decidiram convocar uma eleição para a escolha de um novo presidente. O que em outras palavras significa encurtar o mandato de Rodrigo Maia, deputado federal pelo DEM do Rio de Janeiro, cujo mandato como presidente do partido expira em dezembro do próximo ano.

A grande questão do Democratas está na falta de entendimento entre as algumas correntes que a legenda abriga. De um lado estão os chamados “menudos”, que como capitães hereditários assumiram o comando do partido por serem filhos e netos e conhecidos políticos do partido. A falta de experiência dos mais jovens fez com que a velha guarda democrata se manifesta-se.

Com a decisão tomada nesta quarta, muitos filiados continuarão no partido, como é o caso do prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, que estava em avançadas negociações com o PMDB.

Senador pelo Democratas goiano, Demóstenes Torres defende a tese de que o partido não deve ficar à sombra do tucanato. “O partido precisa deixar de ser um apêndice do PSDB, embora devamos trabalhar juntos”, declarou Demóstenes. O parlamentar entende que o melhor nome para presidir o DEM a partir de março de 2011 é o do também senador José Agripino Maia (RN).

O senador potiguar disse que disputará a presidência do partido caso haja consenso. “Em minha vida inteira nunca rejeitei nenhuma missão, mas candidato para disputar eu não serei. Se houver consenso, aí sim”, afirmou Maia.