Queda de braço – “Eu não estou convencido de que esteja tudo resolvido entre nós. Dois partidos grandes como os nossos sempre terão problemas, pedras no sapato. Temos que tirar uma a uma”. Eis o discurso de Luiz Inácio da Silva para peemedebistas, durante jantar em sua homenagem oferecido pelo deputado federal e senador eleito Eunício Oliveira (PMDB-CE). O presidente-metalúrgico se referiu ao relacionamento entre o seu partido, o PT, e o PMDB, traduz uma realidade conhecida, mas jamais reconhecida publicamente, mas que foi esquecida durante a corrida eleitoral por causa dos interesses políticos de ambas as legendas.
Na sequência, Lula tentou amainar a própria fala e disse “As chances de dar certo é de 99,999%. A chance de dar errado é nenhuma”. Ora, se as chances de o relacionamento dar certo não são plenas, é porque existe uma ínfima possibilidade de dar errado. E isso ficou absolutamente claro durante a composição da equipe ministerial do governo de Dilma Rousseff.
É notória a dificuldade de interação da presidente eleita com o seu vice, o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP). O recuo por parte da petista só ocorreu porque o PMDB ameaçou formar um bloco parlamentar na Câmara dos Deputados que colocaria o novo governo em situação de muita dificuldade. Fora isso, não é para qualquer um enfrentar uma legenda que tem na sua cúpula políticos como Michel Temer, José Sarney, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves… Ou seja, alguém contou a Dilma Rousseff que prudência e caldo de galinha fazem bem.