Governador do Rio transforma a legalização do aborto em conversa de botequim

Irresponsável com mandato – É descomunal o esforço que Sérgio Cabral Filho, governador do Rio de Janeiro, faz para exibir ao mundo sua extensa e conhecida irresponsabilidade como administrador público e ser humano. Durante palestra que proferiu em evento da revista “Exame”, o fanfarrão Cabral Filho deixou no ar uma pergunta que no mínimo pode ser considerada descabida. “Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar? Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é”, indagou o governador fluminense.

Para justificar o próprio besteirol, o governador do Rio defendeu que a legalização do aborto no Brasil deve ser ampliada e lembrou que suas irresponsáveis palavras não lhe dizem respeito. “Fiz vasectomia e sou muito bem casado”, emendou Cabral. Com esse discurso de porta de botequim fica claro que a legalização do aborto de forma mais ampla não pode ser aprovada.

A legalização do aborto foi uma das pedras no caminho da agora eleita Dilma Vana Rousseff rumo ao Palácio do Planalto. A então candidata caiu em desgraça com as igrejas e os defensores da vida – são a extensa maioria – e teve dificuldades para refazer palavras ditas em passado não tão distante.

Voltando a Sérgio Cabral Filho, o governador do Rio de Janeiro a atual legislação que permite em alguns raros casos a realização do aborto. “Do jeito que está, está errado, falso, mentiroso, hipócrita. Isso é uma vergonha pro Brasil. Vamos pegar países onde a religião tem um peso significativo. Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Estados Unidos. Esses países gostam menos da vida do que nós? Esse é o ponto”, disse o governador durante a palestra.

Uma eventual legalização do aborto só se dará quando a sociedade, como um todo, exibir responsabilidade suficiente para conviver de maneira responsável com uma lei que permite a interrupção da vida. Do contrário, seguindo o exemplo de Sérgio Cabral, criar-se-á no País uma indústria de abortos sem razões legais e aceitáveis. Diante de tão chicaneiras palavras sobre a legalização do aborto fica ainda mais difícil a compreensão de duas questões. A reeleição de Sérgio Cabral e a sua ousada tentativa de indicar o próximo ministro da Saúde.