Anac acelera formação de pilotos, mas ignora pequenos e perigosos detalhes nos aeroportos

Vale tudo – Preocupada com o apagão de pilotos comerciais que afeta a aviação brasileira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu autorizar a formação de profissionais apenas em simuladores de voo e não mais em aulas práticas em aeronaves. Muito antes de o assunto ser abordado pela grande imprensa, o ucho.info saiu na frente e alertou para o perigo que representa a escassez de tripulações e o impacto de tal situação na aviação comercial brasileira.

Recentemente, a Anac proibiu a prática de overbooking, sem se preocupar com as causas do problema. A falta de pilotos e comissários de bordo está obrigando as companhias aéreas ao cancelamento de voos, o que provoca a venda de bilhetes muito maior que os assentos disponíveis.

Enquanto a Anac se dedica a erradicar o problema de falta de pilotos, que em sua maioria estão trabalhando no exterior, alguns pequenos detalhes podem causar enormes transtornos aos passageiros. Há dias, o arquiteto Fernando Porto de Vasconcelos, usuário de cadeira de rodas, desembarcou no aeroporto de Congonhas vindo de Brasília. A empresa aérea Gol providenciou a retirada do passageiro em uma espécie de elevador com carrinho, acompanhado por uma aeromoça. Durante o trajeto, o carrinho sofreu um solavanco que resultou no desequilíbrio da aeromoça e no arremesso do passageiro.

Desde o acidente, Vasconcelos, que sofreu traumatismo craniano, permanece internado no Hospital Santa Paula, na capital paulista, sedado e entubado. Na última terça-feira (14), o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foi alvo de uma longa e intensa chuva. Por conta disso, os “fingers”, que levam os passageiros da sala de embarque à aeronave, ficaram alagados.

Sem que ninguém tomasse uma providência para minimizar o problema no momento do embarque, os passageiros foram obrigados a desviar das poças d’água que se acumularam na parte final dos “fingers”. A situação era tão caótica, que muitas bagagens de mão acabaram molhadas. Fora isso, o risco de queda de um passageiro era enorme. No voo que levou passageiros da Cidade Maravilhosa para a Pauliceia Desvairada, embarcou um funcionário da Anac, que simplesmente fechou os olhos para um problema grave e que pode provocar danos consideráveis aos passageiros.

Quando isso acontece, as companhias aéreas e as autoridades surgem em cena com desculpas estapafúrdias e alegando que prestam todo o atendimento às vítimas. Em um país minimamente sério, toda a diretoria da Anac já estava devidamente enjaulada.