Memória curta – Dos quatro últimos indicados para a equipe ministerial de Dilma Rousseff – Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Nelson Jobim (Defesa) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) – dois deles, Jobim e Mercadante, têm no currículo promessas não cumpridas.
Atualmente à frente do Ministério da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim continuará na pasta, confirmando notícia antecipada pelo ucho.info, mas o ministro deve permanecer no cargo por apenas dois anos. Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e com trânsito na oposição, Jobim assumiu a Defesa no auge da crise do setor aéreo. Logo após o trágico acidente com o Airbus da TAM, no aeroporto de Congonhas, na capital paulista, o ministro fez duas promessas ainda não cumpridas. A primeira delas, a mais importante, foi que em tempo recorde o governo do presidente Lula da Silva construiria um novo aeroporto na Grande São Paulo. O que não aconteceu. A segunda promessa, de interesse pessoal, dava conta que as companhias aéreas seriam obrigadas a aumentar o espaço entre as poltronas das aeronaves. Com mais de 1,90 m de altura, Jobim ainda deve essa promessa aos brasileiros.
Eleito senador em 2002 com quase 10,5 milhões de votos, o petista Aloizio Mercadante aceitou a imposição partidária de disputar o governo e São Paulo como forma de abrir palanque para Dilma Rousseff no estado. E Mercadante só aceitou o sacrifício com a condição de ser recompensado com um cargo no primeiro escalão do próximo governo. Nomeado para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que prometeu defender os interesses de São Paulo, pouco ou nada fez como senador para o mais rico e importante estado brasileiro.
Mercadante chega à equipe ministerial da companheira Dilma Rousseff devendo explicações ao eleitorado. Em 2006, quando disputou o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, o senador petista esteve no centro do escândalo que ficou conhecido como “Dossiê Cuiabá”, conjunto de documentos apócrifos contra candidatos tucanos da época – Geraldo Alckmin e José Serra.
Como se fosse pouco, Mercadante, que discordou da complacência do Palácio do Planalto com os corruptos do Senado Federal, ocupou a tribuna da Casa legislativa para anunciar sua renúncia ao cargo de líder do Partido dos Trabalhadores. E o parlamentar o fez em caráter “irrevogável”. Dias depois, o mesmo Mercadante, após dura carraspana do presidente Lula, voltou à tribuna para revogar o irrevogável. E anunciou que continuaria na liderança do partido.