Dados sobre geração de empregos mostram nas entrelinhas situações preocupantes

Sinal de alerta – Os dados sobre a geração de empregos formais em novembro deste ano, divulgados na quinta-feira (16), traz mensagens que devem ser analisadas com o devido cuidado. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged, no décimo primeiro mês de 2010 foram criadas 138.247 vagas de trabalho com carteira assinada, contra 246.695 vagas criadas em novembro de 2009. Ministro do Trabalho e Emprego, o pedetista Carlos Lupi, que permanecerá no cargo por decisão da eleita Dilma Rousseff, disse que em novembro do ano passado a geração de novos postos do trabalho foi recorde, pois as contratações dispararam após o fim da crise financeira internacional.

Como sempre acontece na seara do messiânico Luiz Inácio da Silva, autoridades continuam insistindo em não enxergar o óbvio. Entre os dados do Caged, três deles causam preocupação. O setor da indústria de transformação houve um recuo de 0,11% no número de postos de trabalho, índice que pode ser traduzido pelo corte de 9.193 vagas. Na agropecuária também houve um significativo recuo, de 3,64%, com a eliminação de 57.781 postos de trabalho, o que significa demissões. Na construção civil o cenário não foi diferente. Com encolhimento de 0,30% no número vagas, o setor cortou 7.851 postos de trabalho.

Esses três dados mostram a irresponsabilidade de um governo que passou oito anos a reboque da conhecida pirotecnia palaciana. O recuo no número de postos de trabalho no universo do agronegócio mostra o desinteresse do governo Lula com o setor que ainda garante os bons números da balança comercial brasileira. Há quem diga que o Brasil pode se tornar em breve, sem contestações, no celeiro do planeta, mas para isso é preciso entender o agronegócio como um todo e a ele dedicar políticas públicas de longo prazo. Do contrário, a profecia não passará mero devaneio ufanista.

O encolhimento do número de postos de trabalho no setor da indústria de transformação mostra que o Brasil passa por um sério e preocupante processo de desindustrialização, assunto que o governo Lula da Silva nada faz para impedir o seu avanço. Com a valorização do Real frente à moeda norte-americana e concorrência selvagem e predatória dos produtos importados, o Brasil não demora muito será um país de prestadores de serviços.

No que se refere à construção civil, a redução das vagas laborais apontam para um quadro preocupante. Com o pirotécnico, porém ineficiente, programa “Minha Casa, Minha Vida”, o segmento da construção civil deveria ter gerado novos postos de trabalho, mas não cortes de vagas. O que confirma os pífios números das estatísticas do programa que prometeu entregar em um ano mais de 1 milhão de casas aos brasileiros. Meta que está longe de ser alcançada.