Opinião pública embarca na letargia e não reage ao aumento salarial de parlamentares

Berço esplêndido – Os jornalistas do ucho.info preferiram aguardar algumas horas para ver se a sociedade reagiria ao aumento do salário dos deputados, senadores e presidente da República, que passarão a receber mensalmente, a partir de fevereiro de 2011, R$ 26,7 mil brutos.

Muito espertamente, a matéria foi colocada em votação no Congresso Nacional no apagar das luzes do presente ano, época em que os brasileiros estão preocupados com as compras de Natal e os preparativos para as festas. Sem se ater ao escândalo que tal decisão representa, a opinião pública se calou diante de mais um atentado contra a cidadania. Enquanto o aumento salarial dos parlamentares foi 61,8%, o salário mínimo será contemplado com R$ 30 de aumento, o que representa 5,88% do valor atual, R$ 510.

Quando os aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo pleitearam um reajuste de 7,71% dos benefícios, a maioria dos parlamentares, sempre genuflexa, se entregou ao jogo imundo do Palácio do Planalto e dificultou ao máximo a vida dos beneficiários da Previdência Social.

Quando Luiz Inácio da Silva assumiu o poder, em 2003, o ucho.info alertou para o perigo de um iminente processo de “cubanização” do País, o que se comprovou desde os meses seguintes à posse até os dias atuais. O Brasil caminha de forma célere rumo a uma ditadura civil, mas o povo insiste em permanecer na letargia e não reagir aos desmandos da classe política, o que permite o avanço contínuo do totalitarismo tupiniquim.

Com carga laboral correspondente a no máximo três dias por semana, com direito a mordomias das mais variadas e quinze salários anuais, cada parlamentar custa mensalmente ao contribuinte pouco mais de R$ 100 mil. A partir de fevereiro, essa fatura indigesta subirá para pelo menos R$ 126 mil no caso de deputados federais. No Senado, a conta pula para R$ 146 mil mensais por cada parlamentar.

Mesmo assim, o brasileiro continua acreditando que protestar dá muito trabalho e nada resolve. Se a sede do Executivo federal fosse ainda o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, Lula da Silva teria sido destronado à época do escândalo do “mensalão do PT”. Até porque, tirante a sua conhecida loucura, Getúlio Vargas não suportou a pressão popular e se suicidou.