Para governos, prioridade da educação é mero discurso de campanha eleitoral

Queda nos números – A alguns dias da posse dos novos governos no Palácio do Planalto e nos estados, é preciso cobrar as promessas de campanha, especialmente as que tratam das melhorias no sistema educacional público. O governo Lula da Silva se despede com várias promessas não cumpridas, como as reformas tributária, política e sindical, além de deixar um legado negativo, principalmente na educação básica, para a sucessora Dilma “Lulita” Rousseff (PT).

O governo petista-peemedebista chegou ao Planalto, em 2003, com o desafio de alterar os baixos índices educacionais. Depois de oito anos, pouca coisa – ou quase nada – foi feita nesta área que, na opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), precisa de uma “revolução”. O número de alunos matriculados na educação básica, por exemplo, diminuiu 1,9% em 2010 em relação ao ano passado.

Este é um dos péssimos indicadores revelados pelo Censo Escolar divulgado na segunda-feira (20) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que registrou 51,5 milhões de matrículas nas escolas públicas e particulares em 2010. No ano passado, foram 52,5 milhões. Segundo o Inep, a queda não está relacionada à evasão escolar, mas principalmente ao aumento do fluxo educacional: com menos repetências, haveria menos matrículas, justifica o presidente do órgão auxiliar do Ministério da Educação, Joaquim Neto, o mesmo que coordenou as provas do criticado Enem.

A queda de matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) deveria preocupar o governo. O Censo revelou que neste ano foram ofertadas 14,9% menos vagas em relação a 2007. No mesmo período também caiu em 7,3% o número de escolas que oferecem esse tipo de ensino. O jornal “O Globo” desta terça-feira (21) constata que como a escolaridade da população com mais de 25 anos é levada em conta no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), técnicos do MEC temem que o país apresente taxa menor em 2011.