Mitomania oficial – Na última terça-feira (28), durante café da manhã oferecido aos jornalistas no Palácio do Planalto, Luiz Inácio da Silva disse, de forma nada verdadeira, que o acidente com o Airbus da TAM, no aeroporto de Congonhas, foi o seu pior momento na Presidência da República. “A mágoa mais profunda que tenho foi o acidente da TAM. Fomos condenados à prisão perpétua em 24 horas e depois ninguém me pediu desculpas. Aquele foi o momento mais difícil de peso nas minhas costas”, declarou Lula.
Quem ainda tem na memória a imagem da chula comemoração de Marco Aurélio Garcia, que da janela palaciana foi flagrado fazendo gestos obscenos para festejar um laudo que isentava de culpa o governo do irresponsável Lula, não acreditou nas palavras disparadas pelo presidente sobre o tema. E não demorou muito para as famílias das vítimas se rebelarem contra a declaração do presidente-metalúrgico. Na opinião dos familiares das vítimas do voo JJ-3054, o governo de Luiz Inácio da Silva é culpado pelo maior acidente da história da aviação brasileira.
Logo depois da tragédia entrou em cena a truculenta tropa de choque do Palácio do Planalto, que criminosamente ameaçou de quebra as empresas envolvidas no episódio. Quem acompanhou de perto e nos bastidores o desenrolar do caso sabe muito bem o que aconteceu e tem cada vez mais certeza que Lula da Silva falta com a verdade quando aborda o assunto.
No rastro do acidente aéreo que chocou o País, Lula acabou demitindo o então ministro da Defesa, Waldir Pires, à época com 80 anos, e o presidente da Infraero, o brigadeiro José Carlos Pereira. Na ocasião, o presidente disse a assessores que a situação de ambos – Pires e Pereira – era “insustentável”. Após assumir o Ministério da Defesa em abril de 2006, o baiano Waldir Pires enfrentou as consequências da queda do Boeing da Gol, em outubro do mesmo. À época, o entourage presidencial chegou a declarar que o ministro era incapaz de encontrar soluções para a crise aérea que continua fazendo história na ensandecida Terra de Macunaíma.
Como em menos de sete meses não se resolve um problema que demorou anos para ser construído e surgiu no vácuo da incompetência de um governo fanfarrão e pirotécnico, creditar a Waldir Pires qualquer tipo de culpa é no mínimo leviandade. No poder desde janeiro de 2003, Lula preferiu não lembrar que o antecessor de Waldir Pires no cargo foi ninguém menos que José Alencar Gomes da Silva, o vice-presidente, que atualmente encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. E se existem culpados pela não solução da crise aérea nacional, Alencar também tem sua parcela de culpa, assim como Waldir Pires e Nelson Jobim.
