Na contramão – No longo discurso de posso proferido no plenário da Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Vana Rousseff garantiu que durante o seu governo a corrupção será combatida de forma implacável. Promessa difícil de acreditar, pois seu antecessor, o messiânico Luiz Inácio disse algo semelhante e foi responsável pelo período mais corrupto da história política nacional.
Se de fato a intenção do novo governo é mesmo combater a corrupção, Dilma não deveria ter em sua equipe ministerial Gilberto Carvalho, Antonio Palocci Filho e Miriam Belchior, secretário-geral da Presidência da República, ministro-chefe da Casa Civil e ministra do Planejamento, respectivamente. Não que exista qualquer prova de corrupção contra qualquer um dos citados, mas os mesmos foram personagens em rumorosos casos de corrupção.
Agora homem forte do governo da companheira Dilma Rousseff, o médico Antonio Palocci Filho foi acusado de participar da violação do sigilo bancário de Francenildo Costa, o caseiro Nildo, que acusou o então ministro da Fazenda de frequentar uma mansão no Lago Sul, em Brasília, conhecida como República de Ribeirão Preto, onde petistas se reuniam ao redor de festas de arromba e para decidir sobre negócios nem sempre ortodoxos. Diz a grande imprensa que Palocci só foi convidado para assumir a Casa Civil porque ele foi inocentado da acusação de violação do sigilo bancário do caseiro, mas não foi investigado se de fato o ex-ministro participava dos tais encontros. Como sempre acontece nos imbróglios do poder, a corda estourou do lado mais fraco.
No caso de Gilberto Carvalho e Miriam Belchior, ambos foram flagrados por autoridades policiais em conversa telefônica conversando sobre a morte do ex-prefeito de Santo André, o também petista Celso Daniel. Na ocasião, após a tragédia, Carvalho disse à atual ministra que ela, diante da imprensa, desempenhara muito bem o papel de viúva. Miriam Belchior, segundo garantem alguns dos que frequentavam as rodas do poder em Santo André, namorava Celso Daniel.
Como se não bastasse, a presidente Dilma Rousseff recebeu em palácio, logo após discursar no parlatório, ninguém menos que Erenice Guerra, sua substituta na Casa Civil e acusada de tráfico de influência, que, de acordo com alguns empresários, acabou beneficiando o filho da ex-ministra, o lobista Israel Guerra. Durante os cumprimentos, Erenice deu um longo e apertado abraço em Dilma Rousseff, que se deixou fotografar ao lado da sua pupila.
É verdade que a Constituição Federal garante a presunção de inocência, mas uma presidente que anuncia o combate à corrupção precisa impor ao seu governo a teoria da mulher de César, que segundo o folclore não bastava ser honesta, mas parecer como tal. E não é isso que se conclui ao analisar alguns fatos.