Briga de tendências – A Esplanada dos Ministérios vive desde domingo (2) uma série de solenidades de transmissão de cargos que só se encerra amanhã, terça-feira (4). A maior parte dos ministros assume suas tarefas nesta segunda-feira. São ao todo 20 novos ministros que obrigaram a permanência ou a chegada de dezenas de parlamentares em Brasília. Afinal, quem não é visto não é lembrado no jogo de compromissos políticos que permeia a república tupiniquim.
Um dos ministros que tomou posse hoje foi o deputado federal Antônio Augusto Florence, eleito pela Bahia. No Ministério do Desenvolvimento Agrário ele troca de comando com Guilherme Cassel. A substituição no ministério não significa que a tendência “Democracia Socialista”, do Partido dos Trabalhadores, deixe de liderar a política de reforma agrária.
Cassel sempre foi um defensor do Movimento dos Sem-Terra (MST) e não será diferente com o novo ministro, afilhado político do governador baiano Jaques Wagner. A solenidade no MDA foi talvez a menos prestigiada nesta manhã. Com a presença de seu padrinho, Florence falou por apenas onze minutos.
Entre as críticas contra a administração Cassel, está a timidez com o “Pronaf B”, programa que tinha como foco especial a região Nordeste, principalmente para o biodiesel. Tiveram falhas a geração de renda para os pequenos produtores. Ao jornalista Genésio Júnior, da agência “Política Real”, ele contestou as críticas. “Nós, obviamente, temos que avançar no crédito, na assistência técnica, na subsolagem, na qualificação dos solos, das sementes e lograrmos êxito na inclusão de mais agricultores familiares na produção de oleaginosas”.
Em outra pasta social, que provocou brigas entre as várias tendências do PT, assumiu o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo. Desta vez, em solenidade mais concorrida, Tereza prometeu ampliar o programa Bolsa Família.
Hoje, segundo a nova ministra, 93% dos beneficiários do programa fazem três refeições por dia e mais de 11 milhões de brasileiros passaram a viver em segurança alimentar. Ela também reforçou a importância da gestão compartilhada entre governos federal, estaduais e municipais e lembrou as conquistas sociais dos últimos anos, citando o 4o. Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que aponta a queda da pobreza extrema de 12% em 2003 para 4,8% em 2008.