Embate interno – O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o governador recém-empossado do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), romperam as relações políticas pouco antes da virada do ano. O motivo seria a formação do secretariado, especialmente da Secretaria da Educação. Cristovam pretendia indicar o titular da pasta, mas o governador optou pela professora universitária Regina Vinhais Gracindo, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
O descontentamento provocou a ruptura dos dois que trabalharam lado a lado na campanha de outubro. A parceria parecia consolidada, mas no primeiro desentendimento o senador resolveu cortar as ligações com o Palácio do Buriti. A decisão tem outro componente, porque o PDT do Distrito Federal convive com facções.
A facção melhor posicionada junto a Agnelo Queiroz é a liderada por Glauco Rojas, da Juventude do PDT. Rojas está em lua de mel com o governador depois de ser nomeado secretário do Trabalho, resultado de costura política feita pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que não morre de amores por Cristovam Buarque.
Agnelo Queiroz deverá enfrentar problemas também na sua base na Câmara Legislativa. O grupo do governador não conseguiu contornar os problemas para a composição da Mesa Diretora, que terá a participação de representantes da oposição.
Enquanto persistem os problemas políticos, o governador começa a recompor os cargos em comissão. No início da semana, ele demitiu em uma só canetada 18 mil funcionários comissionados (sem concurso). A decisão abriu espaço para os afilhados políticos dos partidos da coalizão e dos caciques locais. A nomeação começou nesta quarta-feira (5).
Serão nomeados ao longo desta semana e da próxima os titulares da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab), Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Instituto de Meio Ambiente (Ibram), os secretários adjuntos e os administradores regionais. Assim como na esfera federal, o Partido dos Trabalhadores trava uma batalha com o PMDB. Dirigentes petistas temem a capacidade de articulação especialmente do vice-governador Tadeu Filippeli.