Bola dentro – No meio do tiroteio político que trava com o PMDB, por conta do apetite da legenda aliada por cargos, a presidente Dilma Vana Rousseff teve um momento de lucidez e deu uma tacada estratégica que pode acalmar os exaltados ânimos que estão à solta na Esplanada dos Ministérios. A presidente decidiu manter como líder do governo no Senado Federal o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que até então se manteve à margem da intensa disputa por cargos no segundo escalão do governo.
Com a confirmação do nome de Jucá na liderança do governo, o PMDB pode recuar em sua investida. Defendendo os interesses do Palácio do Planalto na Câmara Alta desde a era FHC, Romero Jucá tornou-se um político profissional e competente, respeitado inclusive pelos oposicionistas. Com a escolha, Dilma Rousseff diminui as frentes de conflito, as quais não seriam apaziguadas apenas com as incursões de Luiz Sérgio Nóbrega, ministro de Relações Institucionais. Sem gozar de bom trânsito no parlamento, Luiz Sérgio, deputado federal reeleito pelo PT do Rio de Janeiro e homem de confiança do cassado José Dirceu, não arrancou suspiros como líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados.
Política, segundo dizem os especialistas, é a arte da conciliação, algo que poucos têm competência para tal. Nos últimos anos, o nome de maior destaque em termos de articulações políticas foi o do pernambucano José Múcio Monteiro Filho (PTB), guindado à Secretaria de Relações Institucionais pelo então presidente Lula, posteriormente indicado como ministro do Tribunal de Contas da União. José Múcio substituiu o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB–SP), que incluiu no seu currículo a leniência com escândalo do “mensalão do PT”. Rebelo conviveu com o maior escândalo de corrupção da história política nacional em duas situações distintas: como articulador político palaciano e como presidente da Câmara dos Deputados.