Nelson Jobim deve pagar pela hospedagem da família Lula da Silva em forte militar

Virou baderna – Definitivamente, o Brasil é o país dos aliases, dos truques, da malandragem institucionalizada. Enfim, é a terra do jeitinho. E para manter esse status degradante muitas vezes é preciso desrespeitar a legislação. De acordo com o que determina o conjunto legal vigente, nenhum ex-presidente da República pode se hospedar em imóveis de propriedade da União após deixar o cargo máximo da nação. Deve se contentar com o gordo salário mensal e um entourage formado por motoristas, assessores e seguranças, todos pagos com o suado dinheiro do trabalhador brasileiro.

Como sempre fanfarrão e ignorando as leis, Luiz Inácio da Silva, ainda inconformado por ter desocupado o Palácio do Planalto, agiu como um tirano chicaneiro ao se hospedar no Forte dos Andradas, no Guarujá, na companhia da família. A Casa Civil da Presidência da República admitiu na última terça-feira (4) que aos ex-presidentes não cabe tal mordomia, mas o governo da companheira Dilma Vana Rousseff tratou de arrumar uma desculpa esfarrapada para a transgressão.

Ministro da Defesa no governo Lula e convidado a permanecer no cargo pela neopetista Dilma, o gaúcho Nelson Jobim surgiu em cena na quarta-feira para informar à imprensa que partiu dele a iniciativa de convidar o ex-presidente para se hospedar na unidade militar fincada em praia do litoral paulista. Jobim, como bom conhecedor do Direito e das leis, sabe que a hospedagem da família Lula da Silva na unidade militar é um monumental acinte. Sem contar que se trata de um atentado contra a cidadania.

Nelson Jobim chamou para si a responsabilidade, alegando que lhe cabe o direito, como ministro da Defesa, de fazer convites excepcionais. Considerando que o Brasil é uma democracia e que o poder emana do povo, pelo menos em tese, de agora em diante qualquer brasileiro poderá se hospedar em bases militares instaladas em qualquer ponto do vasto território da nossa querida e amada Botocúndia, que cada vez mais ratifica a sua condição de terra sem lei.

Fosse o Brasil um país minimamente sério e responsável, Nelson Jobim já estaria longe da Esplanada dos Ministérios, desde que reembolsasse o valor da hospedagem de Lula da Silva ao erário.