Imposto de Renda – A votação do novo salário mínimo pelo Congresso Nacional passa pelo humor da segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e pela primeira bancada em número de parlamentares no Senado Federal. O tema teria se tornado uma moeda de troca entre o PMDB e o Palácio do Planalto. Alijado do Conselho Político e dos principais cargos da administração federal, o PMDB poderá se tornar vítima da famosa frase “ser ou não ser, eis a questão”, inserida na peça “A Tragédia”, de Hamlet.
O novo salário mínimo também deverá testar até onde vai a mobilização política das centrais sindicais. Tanto a CUT, a CGT ou mesmo a União Geral dos Trabalhadores têm afirmado que o reajuste é questão de honra para os trabalhadores. O governo afirma que pode arcar somente com R$ 540. Os parlamentares e as forças sindicais querem que o valor passe a R$ 580 a partir de 1º de janeiro.
As entidades estão fazendo pouco esforço para melhorar o valor do mínimo. A atuação tem sido mais midiática do que uma ação concreta. A mobilização dos sindicalistas deverá ser testada no início do ano legislativo no Congresso Nacional, quando está prevista a votação da matéria no plenário da Câmara dos Deputados. Aliadas de primeira hora do governo federal, por interesses comerciais ou políticos, as centrais continuam sendo apenas um apêndice político dos interesses do Palácio do Planalto.
Nesta terça-feira (11), a União Geral dos Trabalhadores apresenta outra questão que poderá ser um termômetro nas relações de estado e de sindicato. A UGT divulgou nota em que afirma repudiar “veementemente” a decisão do governo Dilma de não atualizar a tabela do Imposto de Renda, “interrompendo a correção automática que era adotada desde 2007”.
De acordo com entidade, os trabalhadores e aposentados do INSS são os mais prejudicados, pois, com o reajuste do salário ou do benefício, passam a ter desconto maior ou deixam de ser isentos a partir deste mês.
“A injustiça social incorporada nessa medida governamental torna-se mais gritante ainda ao se considerar que a tabela do IR já está com uma defasagem superior aos 70%, conforme amplamente divulgada pela imprensa nesta quinta”, afirma o presidente da UGT, Ricardo Patah.