Briga na Justiça – Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira (12), a presidente Dilma “Lulita” Rousseff classificou como “tragédia” o terremoto que devastou há um ano o Haiti. Em janeiro do ano passado, 200 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram sem moradia. A Presidência da República, no entanto, ainda não se manifestou sobre a tragédia do Rio de Janeiro, que matou até agora quase 60 brasileiros. No máximo anunciou a edição de uma Media Provisória que disponibilizará R$ 700 milhões aos estados atingidos pela força das chuvas de verão.
A nota da presidente coincide com a cerimônia em Porto Príncipe realizada hoje para lembrar a morte dos haitianos e dos brasileiros – 18 militares engajados na Missão das Nações Unidas (Minustah), da médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e do representante adjunto das Nações Unidas para o Haiti, Luiz Carlos da Costa.
A manifestação do Palácio do Planalto por pouco não cai na vala comum que serviria apenas para cumprir o protocolo oficial. Somente no último dia 31 de dezembro é que as famílias dos 18 militares receberam a indenização a que tinham direito. Mulheres e filhos tiveram que esperar nada menos que um ano pela burocracia oficial para receber R$ 500 mil e para cada um dos 16 filhos, com idade escolar dos militares, o auxílio de R$ 510 mensais. O valor total das bolsas foi de R$ 119 mil em 2010 e será de R$ 116 mil este ano.
É justo lembrar que o atraso no pagamento não foi apenas um problema do Ministério da Defesa ou da Presidência da República. O crédito de R$ 10,1 milhões da indenização foi aprovado somente no apagar das luzes as atividades parlamentares do Senado Federal. Prometida pelo presidente-metalúrgico Lula da Silva na chegada dos corpos dos militares, a indenização foi sancionada em junho. Mas o governo só fez o pedido ao Congresso de abertura de crédito em agosto.
Em nota, o Ministério da Defesa afirma que as famílias devem fazer uma solicitação ao Exército. A “Folha de São Paulo” informou hoje que em abril, as famílias receberam uma indenização de US$ 50 mil dada pela ONU (Organização das Nações Unidas). As famílias também brigam na Justiça pelo pagamento em dobro da indenização estipulada por Poupex e Bradesco, responsáveis pelo seguro de vida.