Saia justa – No encontro que reuniu na terça-feira (11), no Palácio do Planalto, o vice Michel Temer, o deputado potiguar Henrique Eduardo Alves e o ministro Antônio Palocci Filho (PT), chefe da Casa Civil, ficou acertado, pelo menos por enquanto, que o PT palaciano e o PMDB não mais trocaram acusações através da imprensa. A roupa suja será lavada apenas nos bastidores, evitando assim a reverberação da crise que desembarcou no novo governo muito antes da posse de Dilma Rousseff. Enquanto durar o cessar fogo, Palocci se comprometeu a atender na medida do possível os pedidos do sempre guloso PMDB.
A história recente mostra que quando não tem os seus desejos realizados, o PMDB não hesita em abrir a caixa de Pandora na direção dos inimigos. A promessa de Palocci pode ter prazo de validade muito curto, pois a presidente Dilma Rousseff não está disposta a ceder em alguns pontos, muitos deles considerados importantes pelo PMDB, como é o caso de dar ao partido aliado um assento no núcleo duro do governo.
Selado ontem, o pacto de paz garantiu a Palocci o primeiro dividendo político desde que ocupou a segunda principal cadeira do governo federal. Foi dele a iniciativa de assumir a responsabilidade de debelar a crise, o que deixou o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio Nóbrega (PT-RJ), em má situação. Ligado ao deputado cassado José Dirceu, o ministro Luiz Sérgio não tem no currículo a desenvoltura política que Dilma imaginou que tivesse.
Para quem já acompanhou o desempenho do pernambucano José Múcio Monteiro Filho, articulador político do então presidente Lula, atualmente ministro do Tribunal de Contas da União, o estreante Luiz Sérgio é aprendiz de feiticeiro.