Dilma diz ser contra a violação dos direitos humanos, mas se calou diante da morte de Zapata Tamayo

Dupla face – Durante a cerimônia realizada na noite de quinta-feira (27), em Porto Alegre, pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a presidente Dilma Vana Rousseff comparou as vítimas do nazismo a todos os perseguidos e mortos por “ditaduras e guerras injustas”. “Lembrar Auschwitz-Birkenau é lembrar todas as vítimas de todas as guerras injustas, todas as ditaduras que tentaram calar seres humanos”, afirmou a presidente.

Mais adiante, Dilma Rousseff declarou que o seu governo não irá “compactuar com nenhuma forma de violação dos direitos humanos em qualquer país”. A presidente, que tenta viabilizar a criação da Comissão da Verdade para examinar o período da ditadura, destacou mais uma vez a importância “memória”. É preciso lembrar que a Lei da Anistia, que permitiu o retorno ao País daqueles que se exilaram para fugir da truculência da ditadura militar, beneficiou todos os envolvidos no período mais negro da história nacional. Se na ocasião a referida lei foi aprovada da forma como se encontra até hoje, nada pode ser mudado enquanto não for alterada a Lei da Anistia.

Além disso, se Dilma Rousseff conseguir viabilizar a Comissão da Verdade, como querem alguns representantes da esquerda brasileira, que todos os que participaram da era plúmbea, sem exceção, sejam investigados. De nada adianta falar em memória se o resgate da verdade foi unilateral.

Ademais, se Dilma de fato tem como meta o resgate da “memória” nacional, assunto que usa para justificar a criação da Comissão da Verdade, que ela não se esqueça do próprio silêncio diante da recente barbárie cometida pelos irmãos Fidel e Raúl Castro, em Cuba, que deixaram o dissidente político Orlando Zapata Tamayo morrer após greve de fome em protesto contra as prisões arbitrárias ordenadas pela dupla de ditadores, assunto que contou com o referendo irresponsável, para não dizer criminoso, do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.