Ida de Dilma ao Congresso Nacional, na próxima quarta-feira, servirá para acalmar os ânimos

Panos quentes – A mensagem presidencial e o plano de governo, que a cada início de legislatura são levados ao Congresso Nacional pelo ministro-chefe da Casa Civil, desta vez terão a própria presidente Dilma Vana Rousseff como portadora, que na quarta-feira (2) entregará os documentos ao senador José Sarney (PMDB-AP). A quebra do protocolo servirá para interromper um suposto distanciamento de Dilma em relação aos parlamentares. O fato não é inédito, pois o então presidente Luiz Inácio da Silva teve o mesmo gesto em 2003, quando estreava no Palácio do Planalto.

A ida de Dilma Rousseff à Casa bicameral tem outros motivos, que não o de estar mais próxima de deputados e senadores, pois o seu governo conta com tranquila, quase esmagadora, maioria no Congresso Nacional. Na verdade, a visita que a neopetista fará no início da nova legislatura tem o objetivo de amainar os ânimos de deputados e senadores em relação à questão do valor do salário mínimo, que por determinação da presidente chegará a R$ 545. No apagar das luzes do governo Lula, o ex-presidente editou Medida Provisória que elevou o salário mínimo para míseros R$ 540.

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (31), a previsão de inflação para 2011 subiu de 5,53%, na semana anterior para 5,64%, registrando a oitava alta consecutiva. Isso faz com que o aumento do salário mínimo, R$ 35, seja insuficiente para compensar as perdas por conta da inflação de 2010 e a que já está assustando consumidores de todas as classes sociais, que temem cada vez mais o retorno de uma crise econômica. Há dias, diante da previsão de elevação da inflação, a presidente Dilma Rousseff garantiu que o problema seria contornado.