Marco Maia propõe autonomia da Câmara, mas esquece de comentar apoio do Palácio Planalto

Tema proibido – O deputado Marco Maia (PT-RS) tem evitado discutir temas polêmicos que envolvem a Câmara dos Deputados. Candidato à presidência da Casa, Maia se esquiva dos debates na imprensa e com o seu colega Sandro Mabel (PR-GO), que lançou candidatura avulsa à Câmara. Na manhã desta segunda-feira (31), a um dia das eleições para a Mesa Diretora, o gaúcho Marco Maia desmarcou uma entrevista com a CBN que debateria, simultaneamente, com Mabel tópicos como as reformas de base para o País.

O deputado goiano já avisou que, se eleito, construirá um novo prédio, o Anexo 5, que serviria para atender às necessidades administrativas e culturais da Câmara dos Deputados. O custo estimado é de R$ 270 milhões, dinheiro que já estaria em caixa segundo admite o presidente da Câmara e candidato à reeleição. O tema, no entanto, é muito caro politicamente para que seja discutido na mídia. A opinião pública seria contra a construção por simbolizar gastos supérfluos.

Na manhã desta segunda-feira, Marco Maia divulgou, finalmente, seus 13 pontos de compromisso com os deputados federais. Ele não teria falado diretamente aos deputados durante o encontro que recepcionava os novos parlamentares, sobre os compromissos, mas sua equipe se encarregou de divulgar os pontos.

O deputado gaúcho aponta como prioridade a defesa da autonomia parlamentar na elaboração de leis. Sua proposta não deixa de ser um contrassenso. Graças ao apoio do Palácio do Planalto, o deputado petista conseguiu construir uma coligação de 21 partidos (exceção para o PSol que pensa em lançar uma candidatura avulsa).

A Câmara dos Deputados é constituída por maioria governamental. A oposição nem mesmo terá forças para rejeitar projetos, obstruir votações ou propor uma CPI. Sem a rebeldia de parte dos governistas, estas três possibilidades não devem acontecer na próxima legislatura.

As propostas de Maia

Diálogo como ferramenta principal na condução dos trabalhos da Câmara e para a construção de acordos que viabilizem a aprovação de projetos do interesse público

• Representação proporcional e plural das forças políticas nos diversos espaços da Câmara

• Defesa da autonomia parlamentar na elaboração de leis e incentivo à votação de projetos dos deputados

• Defesa da efetividade das emendas parlamentares

• Fortalecer e ampliar os mecanismos de apoio para o exercício do mandato do parlamentar

• Valorização da imagem e do papel da Câmara junto à sociedade

• Ampliar o conhecimento do trabalho dos parlamentares e do Legislativo

• Estreitar a relação interpessoal Presidência-Parlamentares

• Maior representatividade das mulheres nos espaços da Casa

• Maior autonomia para as Comissões

• Defesa incondicional da democracia, dos direitos civis e da justiça social

• Autonomia e independência do Legislativo

• Modernização tecnológica e administrativa da Câmara