Perdendo os anéis – Quando o empresário Senor Abravanel, popularmente conhecido como Silvio Santos, sentou à mesa com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para negociar uma saída para o Banco Panamericano, o rombo da instituição em decorrência de fraudes era de R$ 2,5 bilhões. O dono do Baú colocou todo o seu patrimônio como garantia e o FGC deu sobrevida ao banco, cujo sócio minoritário é a Caixa Econômica Federal.
Agora, com a venda do Panamericano caminhando para o epílogo, Silvio Santos conseguirá preservar o restante do patrimônio, a começar pelo SBT, mas continuará devendo uma explicação convincente sobre o destino do dinheiro desviado do banco, cujo montante, segundo levantamento feito na última semana, já alcançou a casa dos R$ 4 bilhões.
Enquanto o mais popular apresentador da televisão brasileira vê escapar entre os dedos o Banco Panamericano, a Caixa deveria explicar aos brasileiros como a sua controlada CaixaPar (Caixa Participações S.A.) conseguiu desembolsar R$ 738.792.064,22 na operação de compra de 35% das ações da instituição financeira, que ora naufraga em um escândalo bilionário. Para alimentar um escândalo que em tempos outros já teria levado alguns dos envolvidos para a cadeia, ainda não ficou claro se a CaixaPar usou o dinheiro para aumentar o capital do banco ou se pagou diretamente ao portador das ações.