Com setenta votos Senado reelege José Sarney, que continuará comandando a política tupiniquim

Tudo outra vez – O plenário do Senado Federal concluiu há instantes a escolha do próximo presidente da Casa. Como já era esperado, o atual presidente, senador José Sarney (PMDB-AP), continuará no cargo no biênio 2011-2012. Eleito pelo estado do Amapá, mas ainda coronel da política maranhense, Sarney conquistou os votos de 70 dos 81 senadores. Seu opositor, o novato Randolfe Rodrigues (PSol), também do Amapá, teve oito votos. Para fechar a conta, foram contabilizados dois votos em branco e um nulo.

Historiador e advogado, o jovem senador Randolfe Rodrigues, 38 anos, disse que a sua candidatura seria um contraponto “ao continuísmo e à crise de ética” no Senado Federal. Mesmo assim, prevaleceu o velho corporativismo e o virulento jogo de interesses. Com a reeleição, José Sarney continua como terceiro na linha sucessória da presidente Dilma Rousseff. O primeiro é o vice-presidente Michel Temer (PMDB), enquanto o segundo é o presidente da Câmara dos Deputados, cujo nome será conhecido no começo da noite desta terça-feira. A escolha dos outros integrantes da Mesa Diretora do Senado Federal acontecerá logo mais à tarde.

Neste momento, já empossado como presidente do Senado Federal, José Sarney faz um discurso em que aborda a sua atuação no processo de retomada da democracia no Brasil, por ocasião da criação da chamada Frente Liberal e a eleição de Tancredo de Almeida Neves. O palavrório demagogo de Sarney destoa da realidade política do Maranhão, o mais pobre estado brasileiro, que há cinco décadas vive sob o domínio político do clã comandado pelo presidente do Congresso Nacional. Algo de fazer inveja ao egípcio Hosni Mubarak e sombra ao ditador cubano Fidel Castro.