Coisas do tempo – Exigir de um ser humano doses mínimas de coerência é missão das mais difíceis. Porém, a empreitada ultrapassa os limites do impossível quando alguém ousa cobrar coerência dos políticos, em sua maioria magnânimos e mentirosos.
Durante anos seguidos, a esquerda verde-loura, em especial os petistas, acusou Fernando Henrique Cardoso de ser um privatista, conceito que, segundo os falastrões, se alastrou entre todos os que atualmente fazem oposição ao Palácio do Planalto. Durante a campanha presidencial de 2006, quando Geraldo Alckmin perdeu a disputa dando muito trabalho a Lula, a campanha do petista insistiu na tese mitômana de que os tucanos, de volta ao poder, privatizariam a Petrobras. Mentira esculpida na mente imunda dos marqueteiros com o estrito objetivo de anestesiar a massa ignara do País.
Na disputa de 2010 pelo Palácio do Planalto, em que duelaram Dilma Rousseff e José Serra, o tema foi ressuscitado, tendo, então, o petróleo do pré-sal como objeto maior da eventual onda de privatização tucana. Outra enorme bobagem que recebeu a chancela irresponsável dos marqueteiros do PT.
Toda essa polêmica sobre o tema surgiu a partir do processo de privatização das empresas de telefonia, que no governo de Fernando Henrique Cardoso alimentou a sanha oposicionista e suicida do PT e seus aliados da esquerda tupiniquim. É fato que vários detalhes sobre a privatização das teles foram alvo de explicações extremamente técnicas, como forma de fazer com que certas obscuridades passassem ao largo da verdade, mas o processo permitiu, entre tantas coisas, que o Brasil pudesse estar conectado, como é fácil constatar.
Para derrubar a teoria boquirrota dos parlapatões que hoje infestam o poder, o Ministério da Saúde anunciou que enviará mensagens (torpedos) aos celulares da população para alertar sobre a temporada de dengue e divulgar as formas de combate à doença. Ora, não fosse a privatização que os petistas tanto condenaram em passado recente, a incompetência que domina os governo do PT (Lula e Dilma) não poderia ser minimizada com esse tipo de ação.
Em outras palavras, coerência e política se assemelham à água e ao óleo, que jamais se misturam.