Lampião a postos – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou nesta sexta-feira (4) que a causa do apagão que deixou às escuras na noite anterior e na madrugada vários estados do Nordeste será anunciada oficialmente no início da próxima semana. Tempo suficiente para que um raio intruso seja localizado nos registros meteorológicos da região atingida pela falta de luz. Enquanto isso, técnicos confirmam que o problema foi causado por uma falha técnica na subestação de Luiz Gonzaga, no interior de Pernambuco.
Há instantes, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), que, diga-se de passagem, não sabe como trocar uma lâmpada, disse que o sistema elétrico brasileiro é o melhor do mundo e que a verdade não será escondida. Lobão, que durante o apagão não veio a público para dar as devidas explicações, pois afinal esses cansados donos do poder precisam dormir enquanto a população sobrevive na penumbra, parece ter sido contaminado pelo messianismo mambembe que Luiz Inácio da Silva espalhou pela Esplanada dos Ministérios, onde os ministros mais parecem descendentes de Aladim, o folclórico e fabuloso gênio da lâmpada.
No apagão de novembro de 2009, quando 18 estados brasileiros ficaram às escuras durante longas horas, o maranhense Edison Lobão respondia pela pasta de Minas e Energia, enquanto a agora presidente Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil, travestia a verdade diante de câmeras e microfones como forma de não comprometer a sua candidatura rumo ao Palácio do Planalto. “Melhor gerente que o Estado brasileiro já teve” – esta é a opinião do aloprado Lula – Dilma disse à época que a culpa pelo apagão anterior era da natureza. E na alça de mira entraram raios, vendaval e chuva.
Não causará surpresa alguma se na próxima semana surgir em cena um alucinado qualquer para dizer que um inseto intruso comprometeu a conexão do disjuntor da “rebimboca da parafuseta” da subestação fincada no interior pernambucano. Muito estranhamente, dois destacados governadores do Nordeste, cujos estados foram atingidos pelo apagão das últimas horas, transformaram a vergonhosa genuflexão diante do Palácio do Planalto em silêncio obsequioso e covarde. Referimo-nos a Cid Gomes, do Ceará, e Eduardo Campos, de Pernambuco, ambos assíduos frequentadores do mais novo planetário político nacional, o PSB.