Corte bilionário no orçamento desmente as insustentáveis profecias do ministro Guido Mantega

Pela culatra – O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União, que por enquanto está só no discurso e não tem qualquer detalhamento, traz ações que deveriam ser adotadas em qualquer situação, independentemente dos solavancos da economia. De acordo com o que foi anunciado na quarta-feira (9), o governo federal determinou que gastos com energia elétrica, material administrativo, passagens aéreas e diárias pagas a servidores sejam reduzidos. Ora, em qualquer empresa, não importando o porte, tais gastos são controlados e reduzidos diuturnamente, desde que o resultado não seja comprometido. Quem circula à noite pela Esplanada dos Ministérios percebe a displicência do Estado com o dinheiro do contribuinte. Muitos são os gabinetes que varam a madrugada com as luzes acesas. E não pense o leitor que no local há algum incauto trabalhando, pois esse é o tipo de situação que não ocorre no serviço público.

Mas o que de fato chamou a atenção foi que o anúncio de corte no orçamento desmentiu de maneira escancarada o ministro Guido Mantega. O titular da Fazenda, durante a recente campanha eleitoral, embalado pela promessa de Dilma Rousseff representar a continuidade de Lula da Silva, disse que um ajuste fiscal não era necessário e que os gastos públicos não tinham qualquer relação com a inflação. Como todo e qualquer petista, Mantega tem uma fantasia de Aladim dependurada no armário. Para fazer com que o adereço que emoldura a soberba petista fosse relegado a segundo plano, as mais primitivas teorias da economia prevalecera, para a sorte dos contribuintes brasileiros.

Outro detalhe foi a manutenção dos investimentos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento. Ainda no governo do messiânico Luiz Inácio da Silva, o ministro Guido Mantega afirmou com convicção que cortes aconteceriam nas verbas do PAC. Foi o suficiente para que Lula entrasse em cena para desmentir o seu assessor. Mantido no cargo pela companheira Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, nos primeiros dias do novo governo, retomou o discurso e afirmou que cortes no PAC seriam necessários no plano de ajuste fiscal. E rapidamente Dilma desmentiu Mantega.

Integrante da trinca de autoridades econômicas do governo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, foi alvo da mesma cilada. Belchior repetiu o palavrório do colega da Fazenda, mas acabou desmentida pela presidente. Ou seja, quando essa turma da Esplanada dos Ministérios chegar a um consenso, o mandato de Dilma Rousseff já acabou.