Para manter a coerência, Paulo Paim e Suplicy terão de votar contra o magro salário mínimo

Hora da verdade – Enquanto o Partido dos Trabalhadores estuda algum tipo de sanção contra os deputados federais que votaram contra o projeto do Executivo que fixa em R$ 545 o valor do salário mínimo, o Palácio do Planalto dá como certa a aprovação da matéria no Senado Federal, marcada inicialmente para a próxima quarta-feira (23).

Com a chegada do projeto do salário mínimo no Senado, uma nova rodada de discussões deve tomar conta do tema. Entre os aliados que supostamente devem contestar o novo valor do mínimo estão os senadores petistas Paulo Paim (RS) e Eduardo Suplicy (SP). Conhecido por defender os interesses dos trabalhadores e dos aposentados, base que garantiu a sua reeleição à Câmara Alta, Paim deve engrossar o coro por R$ 560. Desde a estreia da nova legislatura, Paulo Paim pouco ou nada falou sobre a matéria, mas espera-se que o parlamentar gaúcho mantenha a coerência, uma vez que não tem cargos no governo e transita com certa dificuldade dentro do PT.

Já o senador Eduardo Suplicy terá sérias dificuldades para defender a proposta do Palácio do Planalto, uma vez que onde quer que vá não perde a oportunidade de discorrer sobre a lei 10.835/2004, de sua autoria, que instituiu a “Renda Básica de Cidadania”. Mesmo assim, não custa lembrar que entre a o exercício da coerência e a realidade dos fatos há sempre um fosso abissal.