Autoridade Pública Olímpica nasce sob os conhecidos alicerces da corrupção e do superfaturamento

Baderna generalizada – Tucano conhecido, Henrique de Campos Meirelles abriu mão de um mandato de deputado federal que assumiria em 2003 para, atendendo a convite de Luiz Inácio da Silva, se transformar no mais longevo presidente do Banco Central. Responsável pelos rumos da economia brasileira nos últimos oito anos e provavelmente o único nome respeitável da equipe do governo anterior, Meirelles acreditou nas palavras de Lula e filiou-se ao PMDB, certo de que seria indicado para bater chapa com Dilma Rousseff na recente eleição presidencial. Com essa aposta, Henrique Meirelles deixou de disputar o governo de Goiás ou até mesmo um mandato de senador.

Disposto a não permanecer no Banco Central, Meirelles tinha esperanças de ser chamado para integrar a equipe ministerial da neopetista Dilma Vana Rousseff. O tempo passou, o economista Alexandre Tombini assumiu a presidência do Banco Central e Meirelles ficou a ver navios. Um dos que dificultaram o ingresso de Henrique Meirelles no grupo de Dilma foi o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Desde que chegou ao Palácio do Planalto como presidente, Dilma vem buscando uma vaga para Meirelles. A última investida palaciana foi oferecer ao ex-presidente do BC o comando da Autoridade Pública Olímpica, criada a partir de um acordo com o Comitê Olímpico Internacional. Há dias, Henrique Meirelles recebeu a garantia que sua eventual chegada à Autoridade será recoberta com a prerrogativa pessoal de veto. Conversa fiada dos assessores de Dilma Rousseff, pois até hoje nada foi feito contra aqueles que patrocinaram uma enorme gatunagem nas obras para os Jogos Pan-Americanos.

Para se ter ideia da limitação de poder que Meirelles terá se aceitar o convite para assumir a Autoridade Pública Olímpica, o Tribunal de Contas da União apontou graves irregularidades na reforma do Estádio Mário Filho, o lendário Maracanã, mas mesmo assim a obra avança a todo vapor. Fora isso, o governador do Rio de Janeiro, o falastrão Sérgio Cabral Filho (PMDB), e o prefeito carioca Eduardo Paes trataram de esvaziar a eventual batuta que ainda pode ser entregue a Meirelles, que só aceitará se estiver com o juízo abaixo de zero.