Em trinta dias – Dentro de trinta dias será leiloado o primeiro avião da massa falida da Vasp, empresa criada pelo governo de São Paulo, depois vendida ao empresário Wagner Canhedo, de Brasília. A aeronave é um Boeing 737-200 e terá apenas valor simbólico. Também serão vendidos 80 mil objetos de valor histórico, como maquetes de aviões, fotos, uniformes de pilotos e aeromoças, além de peças ornamentais. A data da venda será definida ainda nesta semana pela 1ª Vara de Falências de São Paulo, de acordo com o conselheiro Marlos Melek, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça.
No início de fevereiro, o Conselho Nacional de Justiça lançou o Programa Espaço Livre, cujo objetivo é retirar do pátio dos aeroportos, até o final do ano, todos os aviões que estão sob custódia da Justiça, vinculados às massas falidas (credores) das empresas aéreas que foram à bancarrota. Somente a massa falida da Vasp possui 27 aeronaves ociosas. A estadia de cada avião parado nos terminais custa R$ 1,2 mil por dia aos credores.
O repórter Gilson Euzébio, da Agência CNJ de Notícias, explica que a decisão de iniciar a venda dos ativos da Vasp foi tomada pela Comissão Executiva do Programa Espaço Livre, integrada por representantes de todos os participantes do programa. “A Justiça vai devolver o espaço do Aeroporto de Congonhas à Infraero com a maior brevidade possível”, afirmou Marlos Melek.
A Comissão marcou para o dia 30 de março o início do desmonte dos aviões. O primeiro é um Airbus, também pertencente à massa falida da Vasp. Antes, porém, a Anac fará um laudo a ser apresentado até 15 de março, sobre o estado de conservação do Boeing e do Airbus. O laudo vai mostrar se os dois aviões ainda têm condição de voar ou se são apenas sucata.
Foi estabelecido também prazo de quinze dias para que o Ministério da Defesa apresente o plano de logística para desmontagem e transporte dos aviões, e que o Aeroporto de Brasília, com sete aviões parados, será o próximo alvo do Espaço Livre.
Para evitar que os aeroportos sejam novamente ocupados por aviões sob a custódia da Justiça, o Ministério da Defesa vai definir, dentro de dois meses, aeroportos de referência para receber aeronaves embargadas pela Justiça. Aviões com problemas judiciais terão que pousar nos aeroportos previamente definidos pelo Ministério da Defesa.