Sérgio Cabral fantasia a própria incompetência com projeto de delação premiada no serviço público

Cortina de fumaça – Governador do Rio de Janeiro, o falastrão Sérgio Cabral Filho (PMDB) tenta abafar a própria incompetência, para não afirmar que seu objetivo é camuflar a sua inoperância diante da corrupção que grassa na polícia fluminense. No rastro dos desdobramentos da Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que levou à prisão policiais corruptos do Rio, o governador Cabral Filho envia nesta segunda-feira (28) à Assembleia Legislativa fluminense um projeto de lei do Executivo estadual que institui a delação premiada aos servidores públicos, como forma de combater e reduzir a corrupção na máquina estatal.

A ideia é incentivar os funcionários públicos à prática a denunciarem os maus servidores. Se a medida, depois de aprovada na Alerj, trará resultados positivos e imediatos não se sabe, mas muito antes dessa oportunista iniciativa de Sérgio Cabral Filho dois corajosos servidores do governo do Rio de Janeiro denunciaram com largueza os casos de corrupção que há muito dominam parte da Polícia Civil do Estado. O policial civil Alexandre Neto e o médico-legista Daniel Ponte revelaram ás autoridades os desmandos que ocorriam – e ainda ocorrem – no IML do Rio, mas ambos passaram a ser alvo de perseguições, ameaças e atentados.

Um dos mais sérios e competentes policiais do País, Alexandre Neto foi metralhado quando saía de sua casa em um carro particular. Por sorte sobreviveu, mas suas graves denúncias não foram levadas a sério. Situação semelhante enfrentou o médico Daniel Ponte, que por conta das ameaças foi obrigado a deixar o Rio de Janeiro na companhia da mãe, uma senhora com idade avançada, que também passou a ser ameaçada. Perambulando pelo Brasil como forma de escapar da fúria criminosa dos corruptos, Daniel Ponte pediu ajuda à Organização dos Estados Americanos. Recentemente, o médico-legista foi vítima de um atentado a bomba, de acordo com informações repassadas ao ucho.info, mas ainda não confirmadas.

Sérgio Cabral Filho poderia ter evitado o avanço da corrupção na Polícia Civil se tivesse dispensado a devida atenção às denúncias formuladas por Alexandre Neto e Daniel Ponte. Senhor de soberba conhecida, Cabral Filho agora busca esconder os reflexos de uma administração notadamente marcada não apenas pela incompetência, mas principalmente pelas galhofas disparadas a partir do Palácio Guanabara.