Morte por dengue mostra que UPAs do Rio são um fracasso e que saúde no Brasil é para endinheirados

Fiasco total – Independentemente da ideologia política de qualquer candidato, campanha eleitoral é um oceano de mentiras disparado a partir de um palanque e que arrasta o inconsciente coletivo com a força de um tsunami.

Em 2006, quando se preparava para a campanha pela reeleição, o messiânico Luiz Inácio da Silva disse com todas as letras que a saúde no Brasil estava a um passo da perfeição. Como Lula e a outrora “família real” sempre recorrem à rede particular de saúde, com direito aos melhores e mais caros médicos e hospitais, aquele discurso foi letra morta.

Passados alguns poucos meses da reeleição, o então presidente Luiz Inácio foi obrigado a reconhecer a falência da saúde pública no País, até porque contra fatos não há argumentos. Mesmo assim, Lula colocou a culpa no fim da famigerada CPMF.

Durante a recente campanha eleitoral, a saúde pública voltou a frequentar os discursos dos candidatos, principalmente os do fanfarrão Sérgio Cabral Filho e da neopetista Dilma Vana Rousseff. Acreditando na possibilidade de Sérgio Cabral ser uma reencarnação de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada, Dilma disse aos seus eleitores que, se eleita, levaria aos mais distantes rincões do País o bem sucedido projeto das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que o governador fluminense lançou em seu primeiro mandato.

Há dias, um jovem de 18 anos procurou a UPA de Botafogo, na Zona Sul carioca, com febre e dores no corpo. Na unidade médica que Dilma elegeu como referência o rapaz recebeu o diagnóstico de virose, palavrório fácil para os médicos que são movidos pela má vontade. Como as dores e a febre não cediam, o jovem voltou a procurar uma UPA, desta vez na Tijuca. Quando um dos médicos estava pronto para dar alta ao paciente, outro profissional aventou a possibilidade de os sintomas serem decorrentes de dengue. Tarde demais, pois no dia 21 de fevereiro passado o rapaz morreu.

Quando Dilma Rousseff ainda montava sua equipe ministerial, o abusado Sérgio Cabral Filho aterrissou na Granja do Torto com a missão de fincar no Ministério da Saúde ninguém menos que Sérgio Côrtes, secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Acontece que o indicado por Cabral Filho para substituir José Gomes Temporão é indiretamente responsável pela morte do rapaz que foi diagnosticado de forma equivocada em duas Unidades de Pronto Atendimento.