Dilma afronta trabalhadores e aposentados e anuncia aumento de 45,5% para o Bolsa Família

Tapa na cara – Para garantir a aprovação do irrisório reajuste do salário mínimo, a presidente Dilma Rousseff argumentou que qualquer majoração acima do valor proposto pelo governo federal comprometeria as contas públicas no corrente ano. Por conta disso e de uma leva de cargos entregues aos integrantes dos partidos da base de apoio, o Palácio do Planalto conseguiu fixar o salário mínimo em minguados R$ 545.

Certa de que as recentes medidas adotadas pelo governo lhe renderiam críticas das mais diversas, Dilma deflagrou uma operação para blindar a própria imagem. Após aparecer fazendo uma omelete no programa da apresentadora Ana Maria Braga, a presidente neopetista anunciou no interior da Bahia, na terça-feira (1), aumento de até 45,5% para os benefícios do programa Bolsa Família. O anúncio foi feito durante a visita da presidente ao município de Irecê, no Polígono das Secas, a 478 km da capital Salvador.

Em seu discurso, Dilma disse que o reajuste dos benefícios do Bolsa Família contempla a sua promessa de campanha de erradicar a miséria no País. “Estou hoje aqui para cumprir esse papel fundamental que é priorizar os mais pobres desse país. Vocês ouviram sempre, desde a campanha eleitoral, eu assumi um compromisso. País rico é país sem miséria. Daí porque esse compromisso de acabar com a miséria absoluta, com a pobreza extrema, é algo que assumo com muita fé e emoção”, declarou a presidente.

Sob o manto desse discurso, Dilma Rousseff consegue manter intacto o curral eleitoral que garantiu sua vitória nas urnas, mas ao mesmo tempo configura um atentado contra a dignidade dos trabalhadores e aposentados que recebem um salário mínimo e que foram contemplados com aumento que repões as perdas produzidas pela inflação.

Muito estranhamente, os partidos de oposição decidiram quase que por unanimidade não protestar contra os reajustes que serão concedidos aos inscritos no Bolsa Família, pois na pauta dos políticos estão as eleições municipais de 2012. Com isso, os oposicionistas desdenham dos 44 milhões de votos dados a José Serra no segundo turno da corrida presidencial. Com uma oposição fraca e acomodada, o Brasil dará a cada dia um novo passo rumo à ditadura civil.