Governo ameaça pedir ilegalidade da greve das polícias civil e militar da Paraíba

Crise política A procuradora-geral da Paraíba, Lirvânia Farias, anunciou há pouco, em entrevista a uma emissora de televisão local, que o governo poderá solicitar a ilegalidade da greve dos policiais civis. A paralisação está marcada para esta sexta-feira (4). Enquanto isso, os policiais militares em greve há três dias podem retornar aos quartéis ainda nesta quinta-feira.

Esta é a principal crise da administração estadual depois de uma série de medidas, como corte em gratificações e demissão de pessoal. No governo, informa-se que muitas dessas demissões atingiram funcionários fantasmas, que nem mesmo estavam na folha de pagamento. Eles teriam sido contratados no governo de José Maranhão (PMDB) e apareciam apenas para receber o salário no final do mês.

Durante entrevista concedida ao programa “Rede Verdade” da TV Arapuan, Lirvânia Farias disse que acredita no bom senso dos policiais. “A Aspol (Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba) já divulgou nota afirmando que não vai entrar em greve”, garantiu a procuradora.

A assessoria do governo Ricardo Coutinho (PSB) informou que na tarde de quarta-feira o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba concedeu, por unanimidade, Tutela Antecipada, decretando a ilegalidade do movimento paredista dos militares. O relator do processo foi o desembargador Manoel Soares Monteiro, que opinou pelo retorno imediato ao trabalho por parte dos grevistas. Às entidades representativas das categorias envolvidas no movimento caberá a aplicação de multa no valor de R$ 30 mil por dia de falta dos seus associados.

No Senado Federal, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) fez um apelo para que o governo dialogue com os líderes do movimento de policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários em greve desde a última segunda-feira (28). Cícero Lucena criticou o governador por “insistir em não receber o movimento grevista e não apresentar uma solução”.

“A Paraíba clama por paz, por tranquilidade e por melhores condições de trabalho para os profissionais que arriscam, diariamente, suas vidas em defesa da sociedade”, disse Lucena.