Coisas do Brasil – Queiram ou não os mais crédulos, o Brasil é o paraíso da memória curta. Sob o manto dessa amnésia verde-loura, muitos são transgressores que acabam contemplados de uma forma ou de outra. Na estrutura da máquina federal, por exemplo, figuras como os deputados petistas João Paulo Cunha, José Genoíno e Ricardo Berzoini já gozam de benefícios distribuídos pelo Palácio do Planalto.
Acusados de participação no escândalo do mensalão, João Paulo Cunha foi indicado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, enquanto Genoíno, que tropeçou nas urnas de outubro passado, é assessor especial do ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim. Já o deputado Berzoini, que é acusado pelo Ministério Público paulista de ser um dos protagonistas do escândalo da Bancoop, substituirá o companheiro João Paulo Cunha na presidência da CCJ, em 2012.
Como durante a folia de Momo o brasileiro esquece-se da vida, a escola campeã do Carnaval 2011 da cidade de São Paulo, a Vai-Vai, homenageou o agora maestro João Carlos Martins. Pianista de talento reconhecido em todo o planeta, Martins foi o personagem principal do imbróglio que ficou conhecido como “Pau Brasil”. De propriedade do pianista, a empresa Paubrasil Engenharia, de acordo com denúncias da Receita Federal e da Procuradoria da República, serviu como rota de passagem do dinheiro das campanhas eleitorais de Paulo Salim Maluf.
Por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, João Carlos Martins foi condenado a dois anos e nove meses de prisão por crime contra a ordem tributária. A condenação foi substituída por pena restritiva de direitos. A situação dos envolvidos no escândalo piorou quando este site divulgou a existência de uma empresa sediada em Miami e com estreitas ligações com o esquema de recebimento de doações de campanha.
No contraponto, nem todos os amantes do Carnaval que acompanharam o desfile da Vai-Vai concordaram com o resultado. Há nas entranhas da política paulistana pessoas descontentes com João Carlos Martins por conta de uma cobrança polêmica e oficiosa que envolve a viúva de um conhecido político. A cobradora afirmou ao ucho.info que a dívida de fato existe, mas o cobrado nega qualquer pendência.
